Um desenho do renascentista Miguel Ângelo (1475-1564), realizado a caneta e tinta castanha, vai a leilão em abril, em Nova Iorque, com uma estimativa abaixo de 10 mil dólares (cerca de 9200 euros), anunciou hoje a leiloeira Christie's.
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Trata-se do diagrama de um bloco de mármore desenhado por uma das figuras mais importantes da história da arte, cuja autoria foi recentemente identificada pelos especialistas da leiloeira, entre menos de dez existentes no mundo ainda em mãos privadas, segundo comunicado da Christie's.
A obra irá à praça a 17 de abril com uma estimativa entre seis mil e oito mil dólares (entre cerca de cinco mil e sete mil euros), segundo a organização do leilão.
O último diagrama de Miguel Ângelo de um bloco de mármore foi posto à venda na Christie's de Londres, em 2008, vendido por 73.250 libras (cerca de 85.700 euros), numa estimativa inicial de 15 mil libras (cerca de 17.500 euros).
A pequena obra representa um bloco de mármore, com a palavra "simile", ou "similar", e vem anexada a uma carta de um descendente de Miguel Ângelo , descrita como um diagrama - uma representação visual ou esquema de um determinado conceito ou ideia - e que foi recentemente identificado pelo Departamento de Desenhos de Antigos Mestres da Christie's.
Segundo a leiloeira, a carta e o diagrama foram encontrados anexados ao verso de um outro desenho que se encontrava numa coleção privada há décadas, desenho esse que foi vendido num leilão da Christie's, em Londres a 1 de julho de 1986, e atribuído a associado do artista.
A diretora das vendas de desenhos de antigos mestres da Christie's, Giada Damen, afirmou que "provavelmente fazia parte de uma comunicação com uma pedreira ou empresa de transporte, mas é também uma janela para a mente do artista, mostrando o interesse e o cuidado que Miguel Ângelo tinha na seleção dos blocos de mármore", para o seu trabalho escultórico.
"Esta pequena folha coloca-nos diretamente em contacto com a vida quotidiana de Miguel Ângelo , e recorda-nos a importância que o seu trabalho de escultor tinha para ele", sublinha ainda sobre o desenho, que faz parte de um grupo de diagramas de blocos de mármore criados pela mão do artista.
A maioria dos diagramas encontra-se na Casa Buonarroti, um museu em Florença, Itália, fundado pelo último descendente direto de Miguel Ângelo , Cosimo Buonarroti, que morreu em 1858.