A 27ª longa-metragem do gigante da animação digital por computador, “Elemental”, estreia-se hoje nas salas de cinema.
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Quando, em 1995, estreou a sua primeira longa-metragem de animação, “Toy Story”, a Pixar fez história, lançando este género em definitivo na produção integral em computador, otimizando recursos e tornando bastante mais rápida a “entrega” de um destes filmes, desde a sua ideia inicial. Muito longe, portanto, dos tempos da “Branca de Neve e os 7 Anões”.
Fundada em 1979, como parte da divisão computacional da Lucasfilm, a Pixar tornou-se independente em 1986, tendo como acionista maioritário Steve Jobs e dedicando-se à publicidade e à produção de efeitos visuais para cinema.
Há quase trinta anos, “Toy Story” inicia então a sua produção regular, oferecendo verdadeiras obras-primas da animação, como “À Procura de Nemo”, “Monstros e Companhia”, “The Incredibles – Os Super-Heróis” ou “Carros”, antes de ser adquirida pelo grupo Disney, com quem tinha aliás há muito um acordo de distribuição.
É verdade que nos últimos anos a Pixar se deixou também levar pela febre das sequelas, mas com a sua 27ª longa-metragem, “Elemental”, que se estreia esta quinta-feira nas salas de cinema, voltamos a ter um produto original. Mais do que isso, um passo natural, numa companhia que tentou desde sempre, através de diretores artísticos como John Lasseter ou Pete Doctor, estar um passo à frente no domínio da animação.
Filmar os elementos, sobretudo água e fogo, foi sempre um dos grandes desafios dos animadores, e “Elemental” é o resultado dessa decisão da Pixar não se “encolher” face às dificuldades.
O filme, que se estreou mundialmente com pompa no último Festival de Cannes, passa-se na cidade Elemento, onde os habitantes compostos por fogo, água, terra e ar vivem em conjunto, mas sem se misturarem muito, por causa das suas diferenças de “feitio”. Mas a relação que se vai estabelecendo entre Chispa, uma jovem impetuosa, e Nilo, um rapaz divertido e sentimental, vem pôr em causa essa separação e mostrar que a relação entre elementos diferentes é possível.
“Elemental” padece de uma certa infantilização do cinema americano mainstream em geral. A Pixar já nos deu filmes tão adultos como “Toy Story 3”, “Up – Altamente” ou “Divertida-Mente”.
Mas a mensagem é universal, deve ser difundida pelos mais novos e a animação é, como sempre na Pixar, topo de gama.