Humorista brasileiro Fábio Porchat passou esta segunda-feira pelo Porto e apresenta-se esta terça em Ponta Delgada e esta quarta em Lisboa com duas sessões do seu "Novo Stand Up".
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Chama-se novo, mas já por cá andou, há um ano, a encher salas recém-libertadas de uma pandemia chata. E encheu-as da melhor forma: falando de viagens, essa coisa que nos fora proibida durante demasiado tempo. Correu tão bem - e a sua paixão pelo Portugal que entretanto conheceu melhor também - que Fábio Porchat regressou este mês. E arrancou pelo Porto, por que não, haja uma vez em que o Porto (cidade) está em primeiro, num espetáculo que encheu o Coliseu esta segunda-feira à noite.
Quem o viu há um ano reconheceu grande parte das anedotas do repertório do brasileiro, que ficou sobretudo conhecido no canal de internet Porta dos Fundos, que ajudou a fundar. E, honestamente, não ficou nem um pouco aborrecido, perdoem-nos o brasileiro. Porque quando o humor é bem feito, faz sempre rir.
A história (aquilo é uma história, a da descoberta do Mundo por um brasileiro "cagão") passa por várias latitudes e longitudes, vai do hipopótamo queniano às virilhas indianas, do cocó de crocodilo egípcio aos tubarões sul-africanos, de um voo sobre os Himalaias à Torre Eiffel num mês de setembro, do aeroporto de São José do Rio Preto ao aeroporto de Schiphol, do amigo de sempre aos amigos que dizem que maio é que é o mês para viajar.
E tudo isto surge ligado com um a argamassa infalível: a do senso comum, a da vida que acontece a todos, a das coisas simples que são tão difíceis de dizer e escrever. Daquelas coisas simples sobre que escreve o nosso José Saramago que Porchat tão bem homenageou num périplo pela sua "Viagem a Portugal" para um programa da RTP, em 2022. Aquelas coisas simples de que toda a gente ri, "o riso original", diria o ator.
No final, não soube a déjà vu, nem sequer a piada política sobre um certo partido português. No fim soube a reunião de crianças a rir da estupidez, daquela que nos embarca numa pororoca de riso como se não fosse preciso respirar e nos põe, idiotas, a fazer ondas com a lanterna dos telemóveis. Um festim numa noite fria de fevereiro - e esta quarta-feira há mais, em dose dupla (19 horas e 22 horas), no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Imagina se você viesse em maio, ó Porchat!