14ª edição do evento acontece em Lisboa e Almada entre quinta-feira e 7 de julho, com obras de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Timor-Leste.
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Na sua 14ª edição, o FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, que acontece em Lisboa e Almada entre os dias 29 de junho e 7 de julho, apresenta quase 40 filmes representativos do que de melhor se faz na sétima arte lusófona. São obras de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Timor-Leste, que versam sobre temas como a música, diversidade, inclusão social, os jovens, o direito à habitação ou o racismo.Nesta nova viagem pelos países de língua portuguesa, que, pela primeira vez, acontece no verão, o FESTin pretende acima de tudo “dar voz à diversidade”, através do cinema.
Os ecrãs do Cinema Ideal, São Jorge, Fórum Lisboa e Cine Incrível de Almada acolhem a seleção de obras, distribuídas pelas secções competitivas de ficção, documentário e curtas-metragens.
Este ano, o evento atravessa o Tejo com uma sessão com curtas no Cine Incrível, mas os dias de celebração contam ainda com um programa de atividades paralelas como festas, confraternizações e encontros de negócios.
No final, os júris conferem aos vencedores o Prémio Pessoa, além de menções honrosas nas categorias: Melhor Longa-Metragem (Ficção), Melhor Realizador (Ficção), Melhor Actor (Ficção), Melhor Actriz (Ficção), Melhor Documentário e Melhor Curta-Metragem.
Haverá espaço ainda para o FESTinha para as crianças, a Mostra de Cinema Brasileiro e o regresso da mostra “Os Diferentes Sotaques da Lusofonia”, em parceria com a PROCULTURA.
Recuperar o tempo perdido
Segundo explica Adriana Niemeyer, diretora artística do festival, ao JN, as expetativas para a edição deste ano são “muito grandes, já que se percebe a melhoria na qualidade dos filmes inscritos”, com “temas mais profundos e humanos".
A diversidade é em 2023 o tema central e transversal, mas outro dos pontos de destaque é o Conexões FESTin, que “vai reunir realizadores portugueses brasileiros e africanos para falar sobre a relação do cinema com a literatura" (será no sábado, dia 1, às 17.30 horas, sala 2 do Cinema São Jorge).
Ainda de acordo com esta responsável, no FESTin anterior, apesar dos bons resultados de público, sentia-se o peso dos anos da pandemia em que a produção cinematográfica praticamente paralisou. “Neste ano o espírito é de renovação e de produção para recuperar de alguma maneira o tempo perdido", conclui.
“Fogaréu” na abertura
“Fogaréu”, realizado por Flávia Neves e estrelado pela actriz Bárbara Colen, é o filme de abertura da 14ª edição do FESTin, na cerimónia que acontece dia 30, a partir das 21 horas, no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Trata-se de um filme que tem tido forte impacto nas plateias nos festivais internacionais por onde tem passado, como o Berlinale, Panorama 2022 e o Vancouver International Film Festival, 2022. A ativista angolana Luzia Moniz e o jornalista brasileiro Alexei Waichenberg vão apresentar esta sessão.
Quanto aos restantes filmes, nas secções competitivas, na disputa de longa de ficção os finalistas são “Barranco do Inferno” (Portugal, 2022, realização Fabio Duque Francisco), “Escobar” (Portugal, 2022, Heloísa Toledo Machado), “Fogaréu” (Brasil, 2022, Flavia Neves) , “Fim de Semana no Paraíso Selvagem" (Brasil, 2022, Severino), “Noites Alienígenas” (Brasil, 2022, Sergio de Carvalho) e “Represa” (Brasil, 2022, Diego Hoefel).
Em documentários, estão na disputa “Confissões de Um Cinema em Formação” (Brasil, 2023, realização Eugênio Puppo), “Uma Halibur Hamutuk - A Casa Que Nos Une” (Timor-Leste/Portugal, Ricardo Dias), “Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor” (Brasil, 2022, Alfredo Manevy), “Olá, Malta!” (Brasil, 2023, Liliane Mutti) e “Kobra Auto Retrato” (Brasil, 2022, Lina Chamie).
A concurso para melhor curta-metragem, há filmes brasileiros, portugueses, cabo verdianos e moçambicanos: “Duda” (Portugal, 2022, realização Carolina Lobo), “Inútil” (Portugal, 2021, Rodrigo Tavares), “Como Matar Uma Boneca” (Brasil, 2022, Alek Lean), “A Fita Cor-de-rosa” (Cabo Verde, 2022, Mon de Anjo), “Monte Clérigo” (Portugal, 2023, Luis Campos), “Caiçara” (Brasil, 2022, Oskar Metsavaht), “Palma” (Portugal, 2022, Monica Santos), “Cyntia” (Brasil, 2022, Cristèle Alves Meira), “Flor de Laranjeira” (Portugal, 2023, Rúben Sevivas) “A Corda” (Moçambique, 2023, Hélder Bata) e “Alento” (Portugal, 2023, Constança Pinelo).
Já a tradicional Mostra Cinema Brasileiro, que acontece desde o primeiro ano do FESTin, conta com “A Serra do Roncador ao Poente” (2022, realização Armando Lacerda), “Profissão Livreiro” (2022, Pedro Lacerda), “Otavio III - O Imperador” (2023, Cavi Borges), “Delicadeza” (2021, Ciça Castello) e “Pixinguinha, Um Homem Carinhoso” (2022, Denise Saraceni e Allan Fiterman).
A 14ª edição do festival traz ainda de volta a mostra Diferentes Sotaques da Lusofonia, com “Moon Mole” (Portugal, 2022, realização Alunos do 12º ano), “Timbila” (Moçambique, 2022, Andreas Scheibenreif), “Condicionado” (Reino Unido, 2022, Filipe Anjos e Paula Moreiro), “Cimboa” (Cabo Verde, 2022, Carlos Alberto Rodrigues Barbosa), “Ela Não Vem” (Brasil, 2023, Mariana Fleury), “Sumara Maré” (Cabo Verde, 2023, Samira Vera-Cruz), “Feira da Ladra” (Brasil, 2023, Diego Migliorini).
Finalmente, o FESTinha leva crianças de 5 a 10 anos às salas para três filmes: “Chef Jack, o Cozinheiro Aventureiro” (Brasil, 2022, realização Guilherme Fiuza Zenha), “A Fita Cor-de-rosa” (Cabo Verde, 2022, Mon de Anjo) e “Caiçara” (Brasil, 2022, Oskar Metsavaht). No final da sessão, as crianças elegem com votação em papel o filme de que mais gostaram e o vencedor recebe o Prémio Pessoa de Melhor Filme Infantil.
Os bilhetes para o FESTin oscilam entre os 1€ e 4,5€ e o programa completo do festival pode ser consultado em https://festin-festival.com/filmes-2023/.