Câmara do Porto lança nova "film commission" para impulsionar a produção de cinema. Anualmente, serão atribuídas cinco bolsas ao setor local.
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O Porto criou uma nova entidade para impulsionar - com financiamento, logística, formação e comunicação - a produção de cinema na cidade e para potenciar a cidade enquanto território e cenário de cinema. Neste sentido, vai atribuir, anualmente, cinco bolsas (apelidadas de Neves e Pascaud) no valor de 20 mil euros ao cinema produzido integralmente no Porto. A criação destas bolsas será levada à reunião do executivo municipal na próxima segunda-feira.
Apresentada ontem no Cinema Trindade, esta nova "film commission", batizada Filmaporto, "dá continuidade à missão de facilitar e atrair filmagens para o Porto, embora se proponha a densificar o seu papel de interlocução com o setor e os seus agentes, de ligação entre o trabalho artístico e o trabalho técnico, tentando potenciar oportunidades e o talento do Porto", explicou Guilherme Blanc, diretor do departamento de Cinema e Imagem em Movimento da empresa municipal Ágora.
O responsável pelo projeto, também diretor do futuro Batalha Centro de Cinema, especificou que a ideia é "apoiar o cinema, através de financiamento, até agora atribuído de forma casuística, e criar um incentivo à empregabilidade no setor".
É "preciso cuidar constantemente" do estatuto de que a cidade beneficia há muitos anos, o de ser reconhecida como "a cidade do cinema e das imagens em movimento", salientou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. O autarca sublinhou ainda o "momento particularmente interessante na dinâmica de cinema no Porto, no campo da produção, mas também do ensino e do acesso à exibição".
Daí a necessidade, esclareceu, de "rever a forma" de "ajudar, apoiar e impulsionar a produção de cinema na cidade: daqueles que a procuram como cenário de realização, mas também daqueles que escolhem viver no Porto e aqui desenvolver a atividade no setor do audiovisual".
Menos burocracia
De acordo com o "film commissioner" Luís Araújo, o website da Filmaporto só será lançado após a aprovação da Câmara, apontando contudo o lançamento para segunda-feira dia 28.
Nesse portal estará incluída toda a informação sobre o projeto, juntamente com o formulário que deverá ser preenchido pelos profissionais do setor audiovisual residentes no Porto interessados no projeto.
Na secção "Porquê o Porto", "explicamos as características da cidade e aquilo que um realizador ou um produtor nela podem encontrar. E do que dela podem beneficiar, tanto a nível geográfico, arquitetónico, cultural". Araújo disse ainda que foi criado um diretório "onde os profissionais do cinema do Porto se podem registar". Este ano funcionará apenas de forma interna; em 2022, será "de acesso público".
Na secção "Filma Connosco", continuou, explicam-se os passos necessários para filmar no Porto, nomeadamente no que diz respeito à burocracia. "Neste momento, conseguimos reduzir o período de licenciamento de 22 para sete dias úteis", enalteceu. É um processo de simplificação de que também faz parte "uma centralização de todo o processo de licenciamento, passando pela criação de formulários, que vão a existir a partir de setembro".