Greve de Hollywood caminha para o fim depois de princípio de acordo com guionistas
O Sindicato de Argumentistas de Hollywood chegou a um princípio de acordo com os estúdios para terminar com a greve que dura há cinco meses. Piquetes já foram suspensos, no entanto, o regresso às gravações não será para já porque os atores, que não chegaram a acordo, continuam em luta.
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Depois de 146 dias de greve, a normalidade parece estar quase a voltar aos estúdios de Hollywood. O sindicato de argumentistas da América (WGA) anunciou, em comunicado citado pela BBC, que o acordo alcançado é "excecional, com ganhos significativos e proteção para os escritores".
Uma das maiores greves de sempre em Hollywood afetou não só a indústria cinematográfica, como também as gravações de séries televisivas como "The Last of Us", "Stranger Things", "The Handmaid's Tale", entre outras, e os talks-shows noturnos.
A paralisação já teve um custo para a economia dos EUA de cinco mil milhões de dólares [cerca de 4,7 mil milhões de euros], segundo o Instituto Milken.
Os motivos para a greve prendem-se com o aumento de salários, pagamento dos direitos de autor nos produtos emitidos nas plataformas de streaming, pagamentos "residuais" que recebem pala repetição dos programas , o impacto da Inteligência Artificial (IA) e abuso de equipas compactas, com poucos membros para o trabalho existente.
O acordo prevê uma mudança na forma como os direitos de autor são pagos nos projetos realizados para o streaming, com o pagamento a aumentar consoante a audiência obtida. No que toca à IA, os estúdios comprometem-se com um ajuste do contrato coletivo de trabalho para precaver eventuais prejuízos.
Além disso, os responsáveis pelso estúdios de Hollywood comprometeram-se a diminuir a utilização de equipas compactas, em que pequenos grupos de escritores tinham de realizar projetos grandes em pouco tempo.
O pacto alcançado tem ainda de ser aprovado, esta terça-feira, pelos cerca de 11 mil membros do sindicato, pelo que a greve "segue neste momento", segundo o comunicado. Contudo, os piquetes de greve "estão suspensos".
Se a greve continuar até dia 30 de setembro será a maior de sempre nos estúdios norte-americanos.
Os atores estão também em greve desde julho e ainda não chegaram a acordo.
"Finalmente"
O escritor, produtor e ator Larry Wilmore reagiu na rede social X, antigo twitter, com a publicação de uma captura de ecrã do comunicado e a palavra "Finalmente".
A atriz Sheryl Lee Ralph também já reagiu, manifestando o seu contentamento com o pré-acordo, na mesma rede social.