Segundo o jornalista do Yahoo Michael Isikoff, a série da Netflix "House of Cards", protagonizada por Kevin Spacey, serviu de referência para a agência do governo russo publicar mensagens anti-Hillary Clinton durante as eleições presidenciais em 2016.
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Um funcionário da Internet Research Agency (IRA) da Rússia, identificado como Maksim, revelou ao jornalista do site Yahoo Michael Isikoff que ele e os restantes trabalhadores eram obrigados a assistir à série "House of Cards" para conhecerem a realidade norte-americana e tomarem conhecimento de problemas relacionados com "impostos, homossexuais, minorias sexuais e armas". Adianta que foi dessa forma que criaram bases para escrever em vários sites norte-americanos sobre os escândalos familiares e sobre os e-mails da então candidata democrata à presidência dos EUA e influenciar os ânimos dos eleitores durante a campanha eleitoral, noticia o Deadline.
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Se as revelações de Maksim forem verdadeiras, este não será o primeiro caso na vida real inspirado na ficção. Em 2007, um grupo de advogados da Human Rights First advertiu que o aumento do número de cenas de tortura em televisão, em horário nobre, tinha implicações na vida real. Entre as séries apontadas estavam "24" e "Perdidos".
Também um ex-militar do Exército dos Estados Unidos, que questionou detidos na prisão de Abu Ghraib, em Bagdade, Iraque, disse ter visto execuções simuladas como as retratadas na série "24".
A empresa IRA, sediada em São Petersburgo, é conhecida como o "troll da Internet". Os seus funcionários têm por missão promover os interesses do Kremlin além-fronteiras.