Filme conta a morte de seis jornalistas estrangeiros em Timor-Leste, com base em factos reais.
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A informação foi avançada pelo presidente do clube de correspondentes estrangeiros em Jacarta, Jason Tedjasukman, citado pelo site da BBC News.
Avisado de que seria accionado judicialmente se mostrasse o filme, o Clube acabou por cancelar a sua exibição.
"Não recebi qualquer notificação oficial mas, depois de consultarmos os nossos assessores jurídicos, concluímos que seria demasiado arriscado porque, mesmo sendo uma exibição privada, seria feita num lugar público, e deste modo violaria a lei", disse Jason Tedjasukman, citado pela BBC.
Também os organizadores do Jakarta International Film Festival (Jiffest) decidiram cancelar as programadas projecções do filme.
"Disseram-nos que não podíamos mostrar o filme", disse o director do Jiffest, Nauval Yazid, acrescentando:"A razão não foi muito clara. É, provavelmente, por se recear que isso afecte as relações com Timor-Leste e a Austrália".
Os jornalistas retratados no filme - dois australianos, dois britânicos e um neozelandês - morreram na localidade de Balibó, no distrito de Bobonaro, na fronteira entre Timor-Leste e a parte da ilha pertencente à Indonésia, quando as tropas indonésias invadiram Timor-Leste em 1975.
Um outro jornalista australiano foi morto em Dili pouco depois de as tropas indonésias entrarem na cidade.
Na versão oficial de Jacarta, a morte dos seis foi acidental, durante um fogo cruzado entre tropas indonésias e forças da FRETILIN. As autoridades australianas contrapõem, no entanto, que eles foram executados.
A Indonésia invadiu Timor-Leste em 1975 e manteve o território sob ocupação durante 25 anos, com um saldo de, pelo menos, cem mil mortos. Timor-Leste declarou a independência em 2002.