A confiança dos portugueses na informação cresceu face a 2020 e o JN é a publicação com o maior índice de fiabilidade junto dos cidadãos.
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61% dos portugueses confiam na comunicação social
O JN é o jornal em que os portugueses mais confiam, de acordo com a edição deste ano do "Reuters Digital News Report", publicado esta quarta-feira. A percentagem de pessoas que afirmam confiar na publicação é de 79%, valor que apenas é superado, em termos globais, pela RTP (81%) e SIC Notícias (80%). De referir ainda que a TSF é a rádio que merece maior confiança dos cidadãos nacionais (74%), seguindo-se a Renascença (73%) e a Antena 1 (72%). No polo inverso surge o Correio da Manhã, marca menos confiável para a população (52%).
No segundo ano profundamente marcado pela covid-19 - e pelos desafios adicionais que uma pandemia representa em termos de cobertura noticiosa - a confiança na informação em Portugal subiu cinco pontos percentuais face a 2020, para 61%, acima da média dos 46 países analisados.
"Entre as possíveis justificações para este aumento, há a destacar o papel preponderante da comunicação social na ajuda à interpretação e compreensão da vida em pandemia", refere o relatório.
"No conjunto dos 46 países em estudo, o valor médio deste indicador é de 44%, pelo que Portugal continua a apresentar valores francamente acima da média quando comparado com outros países, situação que se vem verificando ao longo dos anos e que não só não foi revertida pela crise pandémica como, pelo contrário, se intensificou, depois de vários anos em que a confiança em notícias registou valores mais baixos", pode ainda ler-se no documento.
A Finlândia "continua a ser o país com os níveis mais altos de confiança geral (65%)" e os "Estados Unidos têm os níveis mais baixos (29%), refletindo uma eleição decisiva e as consequências do assassinato de George Floyd".
Crescente preocupação com a desinformação
O décimo "Reuters Digital News Report" mostra ainda que, "aqueles portugueses que, em termos pessoais, foram mais afetados pela covid-19 também revelam maiores índices de confiança em conteúdos noticiosos" e estão "mais preocupados com a legitimidade de conteúdos online".
A televisão é a principal fonte de notícias dos portugueses (57,7%), seguindo-se a Internet (17,4%) e as redes sociais isoladas (13,4%). A imprensa, por sua vez, é a principal fonte de notícias para 7,3% dos inquiridos e a rádio é utilizada por 4,2%.
Sem surpresas, a desinformação associada à covid-19 domina "os conteúdos ilegítimos com que os inquiridos mais se depararam", seguida dos conteúdos ligados à política.
O Facebook é a fonte de informação que mais preocupa os portugueses
Entre as fontes que mais preocupam os inquiridos do estudo, "em termos de emissão de desinformação relacionada com a covid-19 e com a pandemia, destacam-se o Governo, políticos ou partidos políticos nacionais (30%), seguidos pelos ativistas individuais ou movimentos ativistas".
Cerca de 16% afirmam-se "preocupados com a informação veiculada por outros cidadãos comuns, chegando aos 12,5% os que afirmam estar preocupados com a desinformação oriunda de jornalistas ou marcas de notícias".
De referir ainda que, no digital, o Facebook "é a fonte que mais preocupa os portugueses - 37,9%", enquanto que os sites ou as aplicações de notícias preocupam 16,8% dos inquiridos e apps de mensagens, como o WhatsApp ou o Facebook Messenger, são fonte de preocupação para apenas 13,6% dos portugueses.
Facebook e Youtube perdem utilizadores
Este ano, as redes sociais Facebook e Youtube registaram perdas de utilizadores em Portugal.
"Ainda que o Facebook e Youtube continuem a ser as redes sociais mais utilizadas pelos portugueses que usam a Internet (73,2% e 65,6%, respetivamente), ambas as redes registam perdas de utilizadores face a 2020", avança o relatório.
O Facebook perdeu utilizadores na ordem dos 3,7 pontos percentuais e o Youtube em cerca de 2,4 pontos percentuais. Quanto à utilização para consumo de notícias, "as duas redes registam perdas na ordem dos 2,5 pontos percentuais e 3,9 pontos percentuais em 2021 face a 2020".
Já o WhatsApp e o Twitter são as redes "que registam maiores aumentos em termos de utilizadores" em Portugal, sendo que o Instagram também cresce, mas numa ordem de grandeza mais modesta.