Inédito em livro, o poema que o "Jornal de Notícias" publica esta sexta-feira (por gentileza dos familiares da poetisa) não tem uma data definida.
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Maria Andresen, filha de Sophia de Mello Breyner e guardiã da sua obra, tem dificuldades em precisar o ano.
"Talvez 1935 ou 1936", diz a especialista, que acrescenta ainda que o texto fazia parte dos cadernos em que escrevia nesse tempo. "É muito evidente a influência de Rilke", acrescenta.
Passavam ao luar quatro cavaleiros
Tristes e brilhantes como a noite alada
Que vinda do mar dança nos pinheiros
Passavam eternos numa eterna estrada
Erguem na luz a sua alma nua
Todos à garupa levam a má sorte
A voz que os guia é a voz da morte
A vida doce, florindo calma
Em seu redor dissolve-se e recua
Sophia de Mello Breyner Andressen