Vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada e Ilustração anunciados esta sexta-feira.
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"Sentinel" de Luís Louro, foi anunciado pelo Amadora BD como a Melhor Obra de Autor Português, esta sexta-feira à noite, numa cerimónia nos Recreios da Amadora.
O álbum, editado pela ASA, tem duas versões, com inícios diferentes, e é uma crítica à dependência e à obsessão crescentes pelas redes sociais, que decorre numa Lisboa retro-futurista.
O Prémio Revelação, instituído este ano para uma primeira obra de BD, foi entregue a Zé Nuno Fraga, por "Assembleia de Mulheres", editado por A Seita. Trata-se de uma conseguida adaptação da peça teatral homónima de Aristófanes, escrita há cerca de 2500 anos, que ganha aqui nova vida.
Do palmarés dos Prémios Nacionais de BD e Ilustração consta igualmente: "O Homem que matou Lucky Luke", de Mathieu Bohomme, distinguido como Melhor Obra de Autor Estrangeiro. Igualmente editado por A Seita, apresenta-se como uma homenagem e uma releitura da personagem criada por Morris, em 1946.
Ainda em termos de BD, "Tequilla shots" (edição Comic Heart), de Cláudio Yuge e Juan Burgos, uma reflexão sobre a passagem da adolescência para a idade adulta no Brasil dos anos 1990, recebeu o troféu para Fanzine/Publicação Independente.
No que diz respeito às categorias de ilustração Bernardo P. Carvalho, foi distinguido como Melhor Ilustrador Português, por "Desvio" (Planeta Tangerina), curiosamente um livro de banda desenhada. Com argumento de Ana Pessoa, retrata um confinamento voluntário de um jovem de 18 anos, durante o verão, para repensar as suas opções de vida.
Finalmente, "Mvsevm" (Orfeu Negro) valeu a Javier Sáez Castán e Manuel Marsol a distinção para Ilustrador(es) Estrangeiro(s), numa obra sem palavras em que guiam os leitores numa visita a um misterioso museu, num verdadeiro thriller pictórico.
Devido à pandemia de covid-19, este ano o Amadora BD, que termina no próximo domingo, tem-se desenrolado quase exclusivamente online. Entre as poucas excepções, estão as mostras "30+1 A BD não faz quarentena", que recolhe obras de autores nacionais criadas durante o confinamento, e "Do Tejo ao Fim do Mundo", um conjunto de originais de José Ruy. Patentes na Biblioteca Fernando Piteira Santos, estarão abertas ao público até 15 de janeiro.