A Academia Sueca adiou a entrega do Prémio Nobel da Literatura de 2018, com "a intenção de o entregar em 2019".
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A decisão foi anunciada em comunicado e suportada pelo presidente da Fundação Nobel, Carl-Henrik Heldin, acontece numa altura em que a Academia está a ser afetada por alegações de abuso sexual e escândalos financeiros que levaram à demissão de sete membros da Academia Sueca, responsável pela atribuição do Nobel.
"A crise na Academia Sueca afetou negativamente o Prémio Nobel", lê-se no comunicado de Carl-Henrik Heldin, que sublinha o apoio à decisão de não atribuir o Nobel da Literatura em 2018. "Esta decisão sublinha a gravidade da situação e vai ajudar a salvaguardar a reputação a longo prazo" do galardão, acrescenta.
"Esta situação não tem impacto na atribuição do Prémio Nobel nas outras categorias", esclarece o presidente da Fundação Nobel.
Trata-se da primeira vez que, em tempo de paz, o prémio não é atribuído. Em 1943, a escolha do galardão foi adiada devido ao conflito mundial que começou em 1939 com a invasão da Polónia pela Alemanha nazi.
A instituição que atribui o prémio foi atingida pelo escândalo sexual que envolve Jean-Claude Arnault, casado com a poetisa Katarina Frostenson, membro da Academia Sueca, e que foi obrigada a demitir-se.
O debate sobre a crise ficou marcado por divisões entre os 18 membros, que são escolhidos para mandatos vitalícios, e que já levou à saída de sete pessoas que constituem o grupo.