A cidade do Porto conta com uma renovada sala de espetáculos no coração do Coliseu do Porto, um espaço cultural eclético com espetáculos de artistas de destaque, em pequeno formato e a preços acessíveis.
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"Para a geração sub-60, o Salão Ático no Coliseu do Porto é um mistério" quem o diz é Luís Pardelha, da Produtores Associados que com a empresa JB Comunicação e com o Coliseu Porto Ageas decidiu recuperar uma antiga tradição, dos espetáculos de domingo ao fim da tarde.
A proposta foi posta em prática em junho de 2022, com o Novo Ático, como foi rebatizado o espaço, no Coliseu Porto Ageas. "Com a pandemia a dissipar-se começou a existir uma maior procura, sobretudo naqueles horários mais cedo, mais habituais em França e mais a Norte em que as pessoas vão ver espetáculos e jantar a seguir" comentou ao JN, Luís Pardelha.
Depois de uma programação, em outubro, que incluiu os concertos de Rui Tinoco e Cassete Pirata, a festa em novembro abre já no próximo domingo, com Club Makumba, "uma mostra da diversidade que o projeto alberga".
O projeto de Tó Trips, João Doce, Gonçalo Prazeres e Gonçalo Leonardo, abre a janela para uma viagem pelas sonoridades do Mediterrâneo e de África. S. Pedro é o concerto que se segue a 20, com o repertório construído a partir dos álbuns "O Fim" (2017) e "Mais Um" (2019). A encerrar novembro, o espetáculo de Irma, no dia 27, que além da apresentação do disco "Primavera" (2020), apresenta os singles "Próxima Vez" e "Fica Comigo", os primeiros avanços do novo EP que irá editar ainda este ano.
A sala, como explica Pardelha, vai sendo "adaptada ao espetáculo que tanto pode ter uma plateia sentada, como estar em ambiente de festa, com a plateia toda de pé. Ainda que a lotação tenha sempre aproximadamente 200 lugares".
Atratividade comercial
A pergunta é inevitável, uma sala de pequeno formato é comercialmente atrativa? A resposta é afirmativa. "É comercialmente atrativa, mas é preciso dimensionar o espetáculo à lotação e ao potencial da receita de bilheteira, o que se pretende é que seja uma sala de acesso popular", conta Luís Pardelha. Os bilhetes para cada um dos concertos custam em média, "9 a 10 euros".
A programação de dezembro é farta, traz Gama, dia 4, o jovem rapper portuense conhecido pelos singles "Borboleta" e "Firma", e o seu casamento entre o hip hop e o rock que lhe valeram a nomeação para os prémios PLAY - Prémios da Música Portuguesa. No dia 11 de dezembro, é Surma que se apresenta no Novo Ático, com o disco "Alla".
Cristina Branco & João Paulo Esteves da Silva estreiam-se no Novo Ático, a 18 de dezembro com "Amoras numa Tarde de Outono", álbum que regista o trabalho do duo nos últimos 20 anos. E para encerrar o primeiro semestre de existência, no torpor de um Dia de Natal, as celebrações decorrem com JP Simões.
"Convidámo-lo para essa data e ele aceitou a provocação, desde que pudesse cantar o que lhe apetecesse", conta Pardelha. Acrescentando: "O público já não é o mesmo do que há dez ou quinze anos, há uma mudança cultural, as pessoas já não se interessam se é sábado, domingo, Dia de Natal, ou dia de Páscoa".
A data é regularmente assinalada por Legendary Tigerman com o espetáculo "Fuck Christmas Baby! (I've Got The Blues)", mas o produtor considera que não vai abrir rivalidades.