A Fundação Júlio Resende, em Gondomar, apresenta exposições com regularidade.
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Recuo a 2013 e a uma exposição que comissariei, no CAE da Figueira da Foz, intitulada “As cores mandam em mim” e que reunia obras do mestre Júlio Resende (PT, 1917-2011), produzidas entre 2004 e 2010 e que revelavam um pintor “que sempre se interessou pela figura humana. Por mim e pelos meus semelhantes. A minha pintura raramente deixa de figurar o Homem”, como tinha escrito o próprio. O título da exposição era também frase sua de uma entrevista sua em 2007 ao Jornal de Notícias.
Por estes dias, regresso ao Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende, criado em Valbom (Gondomar), em 1994, no terreno onde o pintor tinha a sua casa-atelier, um magnífico edifício no modernismo da década de 1960, da autoria do arquiteto José Carlos Loureiro (PT, 1925-2022), e onde foi construído um espaço de exposições que mantém larga atividade. Esta fundação foi constituída a partir do espólio de cerca de duas mil e quinhentas obras que o pintor Júlio Resende reuniu ao longo da sua carreira, iniciada nos anos 30. Atualmente e até finais de setembro de 2023, apresenta-se uma exposição com obras do mestre e, ainda, “Intervalo. Antes e depois do desenho”, com curadoria de Pedro Maia e Sílvia Simões e que reúne trabalhos dos alunos de Práticas do Desenho (licenciatura) e Estúdio de Desenho (mestrado) da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), exposição que assinala a colaboração entre o Departamento de Desenho da FBAUP e o Lugar do Desenho e que tem como objetivo mostrar a dimensão autónoma do desenho enquanto prática artística.