O palco dos concertos dos U2, em fase de montagem em Coimbra, é uma estrutura em forma de "aranha" com 30 metros de altura, que permite que os concertos dos próximos dias 2 e 3 sejam visíveis de qualquer ponto do estádio.
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A estrutura, cujas operações de montagem envolvem seis gruas, dezenas de empilhadores e o trabalho diário de 150 pessoas, inclui ainda um pilar central, com 50 metros de altura, cujo topo vai ultrapassar os limites do estádio e será visível do exterior.
Ontem, na visita que a agência Lusa efectuou ao estádio Cidade de Coimbra, diversos técnicos procediam à montagem de partes da estrutura, alguns "empoleirados" em gruas articuladas.
Baptizada "The claw" (a garra, em Inglês) - numa alusão à sua forma aberta, com quatro "pernas" -, a estrutura será elevada, nos próximos dias, à altura máxima (quase 30 metros, o equivalente a um prédio de dez andares) com recurso a sistemas hidráulicos.
Por baixo, ficará o palco propriamente dito, rodeado por uma passadeira circular.
Construída em aço, permite que a banda actue como numa ilha - rodeada de pessoas por todos os lados -, pesa 190 toneladas e existem três idênticas na digressão europeia da banda.
Nuno Braancamp, da produtora dos concertos, a Ritmos & Blues, considera a estrutura dos concertos dos U2 como a mais complexa alguma vez instalada em Portugal.
"Este palco é enorme. É apoiado em quatro pernas, tipo rampa de lançamento, é muito mais complexo do que os outros que têm sido montados [em Portugal]", afirmou.
Cada "perna" aloja um sistema de som e o pilar central (apelidado de "espécie de foguetão", por Nuno Brancaamp) suporta 176 toneladas de equipamento de som e luz.
O pilar suporta um ecrã vídeo, com 54 toneladas e 4000 metros quadrados, circular e expansível, que desce, em determinadas músicas, durante o concerto.
"O ecrã faz os tais 360 graus [alusão ao nome da digressão dos U2, "360º Tour"] e consegue ver-se de qualquer sítio do estádio. Ou seja, temos uma visibilidade do espectáculo permanente", frisou Nuno Braancamp.
O Estádio Cidade de Coimbra foi inaugurado a 27 de Setembro de 2003, na digressão das "40 lambidelas" da velha língua dos Rolling Stones. O recinto serviu, mais tarde, para receber a semana de ensaios e o espectáculo de abertura da digressão europeia de George Michael.
Agora, nos próximos sábado e domingo, a cidade está por conta do quarteto de Dublin. A presença dos U2 mexeu claramente com a urbe, que espera mais de 100 mil pessoas durante o fim-de-semana. Números altos, que vão envolver Coimbra numa grande festa à volta da presença de Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen. Além dos dois concertos no estádio, milhares de pessoas, sem bilhete, deverão partilhar a festa na Praça da Canção.
* com Lusa