Festival Marés Vivas terminou a sua festa de quinze anos na madrugada desta segunda-feira, com a onda revivalista dos Black Eyed Peas.
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Já com as datas e o local anunciados para o próximo ano: 19,20 e 21 de julho, novamente no Parque de Campismo da Madalena, em Vila Nova de Gaia, fez-se o fim da festa de quinze anos.
Apesar de ser na década de 2000 que os Black Eyed Peas começaram a ter todos os focos voltados para si e para a sua mistura de pop, hip hop e R&B, conseguiram manter-se sempre no mesmo registo, a alegria e a boa disposição é sempre uma fórmula acertada.
A abrir "Let’s get started" aquecendo a vontade de festa dos festivaleiros, a batida fortíssima e entra com o seu vozeirão e pose lânguida, empoleirada em botas de vinilo branco e num fato de ciclista azul, J.R. (Jessica Reynoso), para os mais saudosos não é a Fergie. Mas para quem tiver vivido já o tempo suficiente saberá que a Fergie também não era a original.
Olá Portugal! E como manda a boa educação apresentações feitas: will. I. am.; Taboo, APL.DE.AP. e claro J. R. Obrigado, muito obrigado.
Entram com "Ritmo" gravada em 2020 com J Balvin, que atuou na madrugada de domingo. A música que rouba a "This is rythm of the night, i’t’s gonna be bueno, it’s gonna be fuego" . E começam as coreografias de massas :"To the left to the right".
Depois de agradecerem repetidamente ao Porto-todos os artistas internacionais o fizeram, perante a insistência dos gaienses que negam firmemente a anexação. entraram com "Mamacita qué bonita. Dame tu corazon y dame tu cuerpo, dame azucar".
Para logo Will.i.am confessar que "o seu espanhol dá medo, mas o seu português é bem pior". Voltando às interações com o público e com as luzinhas todas a iluminar o parque de campismo da Madalena, entrou a histeria coletiva com a multidão aos berros a cantar "Pump it louder. Pump it louder. Turn up the radio. Blast your stereo right".
Como dizia uma canção da Orquestra Bamba Social horas antes : "é a panela velha que faz boa comida", e os Black Eyed Peas com os anos de experiência que têm são mestres de manipulação de públicos.
Servem também doses de picardia regionais: "As raparigas são mais bonitas no Porto ? Ou em Lisboa? Ou picardias de género "as raparigas são sempre melhores em tudo", numa alusão ao tema “ I had the time of my life do filme” , do velhinho filme "Dirty Dancing".
Uma fã,Sofia teve a sorte grande e conseguiu subir ao palco para cantar “Where is the love”, tudo porque escreveu num cartaz o seu desejo e eles acederam. Explicou que era a sua "canção preferida de todos os tempos".
Outra das interações mais fortes com o público foi também a dos irlandeses The Script. Danny O´Donoghue, vocalista fez o impensável pegou no telemóvel de uma rapariga e pediu-lhe que ligasse ao ex-namorado, em direto, dedicou-lhe a música e teve direito a 40 mil pessoas a dizerem-lhe, "4,3,2,1 Good Bye asshole".
Ironizando disse à rapariga que nunca mais terão hipótese de ficar juntos. "The man who can´t be moved" é também uma canção de um amor perdido, em que alguém espera no mesmo local que alguém regressa que comoveu o público.
Outro dos momentos emocionantes foi a referência a Mark Sheehan, guitarrista da banada, falecido aos 46 anos, em abril.
Portugal era um dos sítios favoritos dele para ir até porque ele gostava de beber, tocou "If you could see me now", os fãs levavam cartazes que diziam "Mark forever in our hearts".
Os The Script tocaram a abrir o êxito "Superheroes" , mas "For the first time" foi o grande momento de comunhão com o público.