Os Gogol Bordello e os Prophets of Rage são os dois principais nomes deste sábado do festival EDP Vilar de Mouros. Se Gogol Bordello vai encerrar a edição numa festa de punk cigano, os Prophets of Rage prometem destilar muito ódio a Donald Trump sob a forma de rap rock.
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O supergrupo Prophets of Rage junta o baixista Tim Commerford, o guitarrista Tom Morello e o baterista Brad Wilk, todos de Rage Against the Machine e Audioslave. Há ainda dois membros dos Public Enemy (DJ Lord e o rapper Chuck D), mais o rapper B-Real, dos Cypress Hill.
Com os elementos da banda já dá para perceber ao que vêm. É um rap rock ao estilo de Rage Against the Machine, enraivecido e de cariz político. Aqui, entra o motivo da formação deste conjunto. Em 2016, Tom Morello lançou o desafio de criar o grupo para criticar a escolha republicana para as eleições presidenciais norteamericanas. Deram concertos à porta dos locais de campanha de Donald Trump e há três anos que fazem dele o alvo principal, apinhados de sátira ao estilo do empresário presidente e dos seus eleitores.
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Este foi, aliás, o motivo pelo qual o enfurecido vocalista e rapper Zack de la Rocha, conhecido por ser a voz de Rage Against the Machine, não integrou este supergrupo, pois recusou-se a participar num movimento político anti-Trump. Nos alinhamentos dos seus concertos, estes profetas costumam incluir os principais temas de Rage, Audioslave, Cypress Hill e Public Enemy.
A fechar o cartaz de Vilar de Mouros, 18ª banda a atuar este ano, estão os Gogol Bordello. Eles são uma agraciada repetição constante em Portugal porque sempre que vêm são protagonistas de uma autêntica festa punk cigana. A atmosfera destes nova iorquinos com origens na Europa de Leste é contagiante e, neste capítulo, o grande destaque é a presença do seu vocalista, líder e membro-fundador, Eugene Hütz.
No palco EDP, antes de Gogol Bordello e Prophets of Rage, tudo começa com o potente pós-punk dos portugueses Linda Martini. Eles regressam a Vilar de Mouros onde estiveram em 2016 e são, segundo a organização, a banda portuguesa mais pedida pelos festivaleiros em todas as edições. Faça-lhes a vontade.
No palco MEO, Gang of Four e Fischer-Z devem dividir atenções. Os primeiros, de Leeds, estão intrinsecamente ligados aos primeiros movimentos pós-punk com quatro primeiros álbuns brilhantes lançados até 1983 (o grupo nasceu em 1977). Depois, foram-lhe misturando outras sonoridades e tiveram uma segunda vida na década de 1990. Já no novo milénio, ali por 2004, atingiram sucesso à boleia de bandas como Bloc Party e Franz Ferdinand, e encontram-se na sua quarta vida. De altos e baixos, este grupo chega a Vilar de Mouros com o seu mais recente álbum "Happy Now", lançado em abril deste ano.
Já Fischer-Z teve um caminho diferente. Ao contrário do que é habitual nestas andanças, o clímax da banda foi atingido no início, com o single "So Long". É um rock/new wave britânico de letra poética que já andou na estrada com The Police, Dire Straits ou, pasme-se, Bob Marley. No palco MEO, tudo vai começar com os veteranos Jarojupe, de Viana do Castelo, que somam quase 40 anos de existência. Ao ouvi-los só há uma questão que surge: sendo Viana tão perto de Caminha, porque é que só agora é que integram o cartaz?
Assim, no palco EDP atuam Linda Martini (21.20), Prophets of Rage (23.30) e Gogol Bordello (01.15). No palco MEO há Jarojupe (19.15), Gang of Four (20.15) e Fischer-Z (22.20).