<p>Quatro décadas depois da separação, os Beatles receberam fortes elogios do Vaticano, através de um artigo de opinião publicado no "L'Osservatore Romano", a publicação oficial da Santa Sé.</p>
Corpo do artigo
"O que seria da música pop sem os Beatles?", questiona o autor do artigo, que lembra a irritação provocada por John Lennon nas hostes eclesiásticas quando afirmou que os "fabulosos quatro" eram mais famosos do que o próprio Jesus Cristo.
Apesar do tom ameno do artigo, o "L'Osservatore Romano" alude "às mensagens misteriosas, possivelmente satânicas" que compunham as letras do mais famoso grupo de todos os tempos.
Com o texto agora publicado, fica completo o perdão da Igreja Católica, após uma primeira tentativa nesse sentido em 2008. Nessa altura, o órgão oficial do Vaticano atribuiu os comentários de Lennon, cujo objectivo passava por chamar a atenção geral para o que considerava ser a lenta decadência da Igreja, "ao exibicionismo de um jovem músico inglês que cresceu sob o mito de Elvis Presley e do rock'n'roll, obtendo um sucesso inesperado".
'Timing' suspeito
O período escolhido pelo Vaticano para selar as pazes com o mundo da música popular não foi bem aceite por todos.
Vários observadores interpretaram a atitude como uma estratégia para desviar as atenções gerais dos recentes escândalos de pedofilia envolvendo dezenas de membros do Clero em mais do que um continente - cujo impacto não tem poupado o próprio Papa, Bento XVI -, tentando ainda capitalizar alguma simpatia junto dos apreciadores do rock.