Ainda o mês vai a pouco mais de meio e já quatro mulheres da política nacional bateram com a porta e anunciaram saída dos seus partidos. Seja por crítica a uma proximidade à extrema-direita seja por falta de identidade com as forças partidárias, conheça as razões destas responsáveis políticas
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Antiga deputada do CDS-PP Teresa Caeiro é a mais recente cisão face ao partido político no qual militava. A antiga deputada centro-direita e com 30 anos de trabalho na estrutura revelou, em entrevista à Antena1, que se desvinculou. “Um partido que me deu muito, mas para o qual também tentei contribuir empenhadamente. E achei que o CDS merecia a oportunidade de se renovar e de se reerguer", adiantou na referida entrevista.
E justificou: "O projeto partidário do CDS não evoluiu, não inovou, não tem identidade própria e francamente não mobiliza", garantindo que "não está nos horizontes" filiar-se noutro partido.
Antiga vice-presidente da Assembleia da República e ex-secretária de estado, Teresa Caeiro é mais uma ex-deputada que, só neste mês, anuncia fim dos trabalhos partidários.
Logo a 3 de julho, a antiga vice-presidente do partido e ex-deputada entre 2025 e 2019, Rubina Berardo, anunciou logo no início do mês que estava de saída do partido, desfiliando-se. Para a social-democrata, o atual primeiro -ministro Luís Montenegro quebrou o ‘não é não’ prometido na campanha eleitoral quando, "estendeu o tapete vermelho" para negociar com "o líder da extrema-direita", André Ventura, na residência oficial, uma aproximação que a levou a decidir deixar este partido político, como explicou a responsável política em declarações à TSF. “A base social-democrata do PSD está a ser corroída precisamente por esta aproximação à extrema-direita”, afirmou.
Três dias depois, Inês Mota Batista, assessora política e ex-presidente da comissão instaladora da Juventude Social-Democrata da distrital de Beja, anunciava a sua saída do partido, cerca de um ano depois de ter criado a Social Democracia no Feminino, que se apresentava com propostas de defesa e promoção dos valores da igualdade, justiça social e democracia participativa, apostando na participação feminina.
Na semana passada, a 18 de julho, a cabeça de lista do PAN por Santarém nas últimas legislativas, Vera Matos, desfiliou-se do partido. A dirigente integrava a Comissão Política Nacional - órgão máximo da direção entre congressos - eleita pela lista da porta-voz, Inês de Sousa Real e a sua saída acontece por considerar que não é “uma mais-valia” para o PAN.
“Neste momento, não acrescento mais valor e despeço-me de todos. A quem sempre me tratou com respeito e consideração, só posso agradecer por toda a experiência que levo daqui. Que alcancem tudo aquilo que sejam os vossos objetivos pessoais, profissionais e que sejam felizes, acima de tudo”, lê-se na mesma mensagem a que a agência Lusa teve acesso e sobra a qual Vera Matos não quis dar mais detalhe.
Esta é a sexta saída do partido desde as eleições legislativas de maio. A última conhecida foi a de Carlos Macedo que, no sábado, anunciou, além da demissão, a desfiliação do partido, que acusou de estar “sem rumo, completamente à deriva” e com a liberdade de opinião interna ferida.
No fim de maio, demitiu-se a cabeça de lista do PAN por Viseu nas eleições legislativas de 2024, Carolina Pia, que saiu da Comissão Política Nacional em divergência com a direção.
Anabela Castro e Nuno Pires anunciaram a sua saída do mesmo órgão logo no dia das eleições e Pedro Fidalgo Marques anunciou em 24 de maio a sua saída da comissão política permanente, embora mantendo-se na Comissão Política Nacional.