António Guterres, de 76 anos, completará o seu segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas a 31 de dezembro de 2026. Costa Rica nomeia economista Rebeca Grynspan, Chile já tinha anunciado a candidatura da sua ex-presidente e primeira subsecretária Geral e diretora Executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, ao cargo. Desde a fundação, em 1945, a ONU nunca teve uma mulher como líder
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A Costa Rica nomeou quarta-feira, 8 de outubro, oficialmente Rebeca Grynspan, atual responsável da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD), para secretária-geral da ONU, cargo também disputado pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica, Arnoldo André, anunciou a candidatura da também ex-vice-presidente costa-riquenha durante um evento para o corpo diplomático em San José.
Grynspan, defendeu André é "a mais qualificada" e "a sua candidatura colocará o país no topo".
Economista de 69 anos, Rebeca Grynspan enfrentou como responsável da UNCTAD, desde 2021, desafios significativos no comércio internacional. A guerra comercial lançada pelos Estados Unidos sob liderança de Donald Trump complicou ainda mais a sua tarefa este ano.
Licenciada em economia pela Universidade da Costa Rica, Grynspan obteve o mestrado na Universidade de Sussex, no Reino Unido, e ocupou vários cargos no governo do seu país. De 1994 a 1998, foi vice-presidente no governo do presidente centrista José Maria Figueres. Na ONU, ocupou altos cargos no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e, em 2010, foi nomeada subsecretária-geral da ONU.
Em setembro, o Chile anunciou a candidatura da sua ex-presidente, Michelle Bachelet, de 74 anos, para suceder a António Guterres, de 76 anos, que completará o seu segundo mandato a 31 de dezembro de 2026. Desde a sua fundação, em 1945, a ONU nunca teve uma mulher como líder. Apenas um latino-americano, o peruano Javier Pérez de Cuéllar, liderou a ONU entre 1982 e 1991.
Já no terreno, Michelle Bachelet, que foi no passado a primeira subsecretária Geral e diretora Executiva da ONU Mulheres,, reuniu-se em Montevideu com o Presidente uruguaio, Yamandú Orsi, com quem discutiu a importância uma mulher latino-americana ser a próxima líder das Nações Unidas.
Após um encontro de quase uma hora na capital uruguaia, onde participa num evento organizado pelo Clube de Madrid, a ex-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos disse ter aceite candidatar-se à liderança, sob proposta do Presidente chileno Gabriel Boric, considerando a sua experiência política, de gestão e nas Nações Unidas.
"Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que é uma mulher da região", a próxima secretária-geral, concluiu Bachelet. Entre os considerados para o cargo está ainda a mexicana Alicia Bárcena, ex-ministra dos Negócios Estrangeiros e ex-secretária-geral da Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).