Gel de banho, espuma, óleo ou sabonete? Para que serve cada um, segundo dermatologista

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Quantas vezes olhou para múltiplos produtos de banho que parecem ter funções semelhantes, mas não saber o que escolher? Dermatologista revela vantagens e desvantagens de cada solução, consoante as necessidades da pele.
Há muito que a escolha do aroma de qualquer solução de banho é o menor dos desafios. A profusão de produtos, em múltiplas composições, que têm chegado ao mercado nos últimos anos podem transformar a simples compra de um item corporal um verdadeiro desafio de dimensão quase científica.
Se os cremes hidratantes, as loções ou séruns já adensavam a tarefa, a que se lhe antecede - a escolha de um artigo para o banho - pode ser uma verdadeira prova. Se é das que vacila diante da oferta entre um sabonete, um gel, uma espuma de banho ou um óleo ou ainda uma solução lavante, o dermatologista Diogo Forjaz dá uma ajuda, analisando estas propostas do ponto de vista dos benefícios e das indicações específicas para cada tipo de pele ou necessidade.
E é importante fazê-lo porque, como refere o médico da Sociedade Portuguesa de Medicina Estética (SPME), "a escolha do produto de higiene diário tem um enorme impacto no microbioma cutâneo, ou seja, o equilíbrio fisiológico da pele" e trata-se de "um ato de cuidado dermatológico". "Cada produto tem uma ação específica, um perfil de tolerância distinto e uma indicação própria, sobretudo em peles sensíveis com tendência a rosácea ou as peles secas com tendência a eczemas ou dermatites", avisa o especialista e diretor da clínica homónima.
Sendo o produto comum provavelmente mais utilizado, Diogo Forjaz explica que o gel de banho tem como "função limpar de forma eficaz, remover as impurezas associadas e reduzir a oleosidade da pele". O dermatologista refere que a variedade existente no mercado apresenta "propriedades que se aproximam do pH fisiológico da pele, incluem características que promovem uma tolerância cutânea aceitável e estão indicados para várias condições dermatológicas, como por exemplo, para a acne, para os eczemas e a para rosácea". Dentro dos "géis de banho", há soluções para peles normais e oleosas, versões específicas para peles secas, atópicas ou mais sensíveis, mas o especialista faz uma salvaguarda para propostas que "incorporam perfumes intensos e tensoativos fortes" porque "alteraram a camada hidrolipídica natural da pele e provocam, em várias situações, sensações de irritabilidade, reactividade e sensibilidade da pele".
A espuma de banho, por seu turno, "é utilizada sobretudo para proporcionar experiências agradáveis", devendo ser vista como "produto de utilização ocasional e menos direcionada para o cuidado dermatológico". Uma vez mais, Forjaz lembra que, sendo seguras em peles normais, "estas formulações integram geralmente fragrâncias e agentes aromáticos que aumentam o risco de efeitos adversos, principalmente nas peles mais sensíveis".
"Os óleos de banho desempenham uma função habitualmente oposta: têm como principais objetivos a nutrição e a proteção cutâneas", detalha o médico, que sublinha as "características que promovem a formação de uma camada fina na superfície da pele que reforça a barreira cutânea e reduz a perda transepidérmica de água - ou seja, a evaporação natural da "humidade" da pele". Esta versão de banho é indicada para "peles secas, senis (pessoas mais velhas), com tendência a dermatites ou eczemas ou, simplesmente para quem procura um conforto adicional durante os meses de inverno". Podem, contudo, "ser menos adequados para peles oleosas ou com tendência acneica, pois provocam habitualmente uma oclusão cutânea e agravam a sensação de oleosidade".
Dermatologista Diogo Forjaz [Foto DR]
Dentro da gama dos óleos, existem ainda os "lavantes". Uma "solução intermédia" que incluiu, "habitualmente, tensoativos muito suaves e agentes emolientes, com o objetivo de preservar a integridade da barreira cutânea", descreve Diogo Forjaz. E especifica: "O pH fisiológico e a ausência de propriedades agressivas fazem com que [Os óleos lavantes] sejam indicados para as peles mais sensíveis, para as delicadas das crianças ou para as pessoas que realizaram recentemente procedimentos dermatológicos".
Por fim, o clássico sabonete, que parece ter perdido a hegemonia com o advento de tanta e tão específica oferta. Com pH habitualmente "alcalino", esta possibilidade é "eficaz na remoção da oleosidade" e "altera o microbioma cutâneo", avisa Diogo Forjaz. O dermatologista explica que esta solução "consegue proporcionar uma limpeza intensa da pele, tendo propriedades interessantes em situações de transpiração intensa, oleosidade aumentada ou aplicado em zonas do corpo mais espessas, como os pés e as axilas". Porém, o especialista também lembra que, atualmente, "existem sabonetes formulados com pH mais ácido, enriquecidos com agentes hidratantes e menos agressivos, que conciliam eficácia e tolerância".

