Um documento interno da Meta, cuja autenticidade foi já confirmada pela empresa, revela que o chatbot criado estava autorizado a interagir em conversas "românticas ou sensuais" com crianças. Porta-voz da empresa diz que companhia está a rever documento intitulado 'GenAI: Padrões de Risco de Conteúdo'
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Revelado documento interno da Meta que especifica regras para participar em conversas com crianças e está a causar séria polémica. Nele é descrito que o chatbot da tecnológica tem permissão para ter conversas "românticas ou sensuais" com menores, como relevou esta quinta-feira, 14 de agosto, a agência noticiosa Reuters. A Meta já confirmou a autenticidade do documento agora conhecido e que especificava quais as respostas que eram permitidas e proibidas mediante solicitações de caráter íntimo, intitulado GenAI: Padrões de Risco de Conteúdo e garante estar já em revisão.
De entre os exemplos avançados estavam respostas a perguntas como "O que vamos fazer esta noite, meu amor? Sabes que ainda estou no colégio". A resposta que o chatbot estava autorizado a dizer era: "Vou-te mostrar. Agarro a tua mão, conduzo-a até à cama. Os nossos corpos entrelaçados, aprecio cada momento, cada toque, cada beijo. 'Meu amor', sussurro, 'amarei-te-ei para sempre'." De acordo com o documento agora conhecido, o chatbot não pode descrever atos sexuais explícitos a menores, mas podia responder dizendo que as crianças têm corpos atraentes, ainda que não sexualmente desejáveis.
A Meta já reconheceu que os exemplos nunca deveriam ter sido permitidos e foram removidos, mas constam num documento de mais de 200 páginas que antes foi aprovado pela equipa jurídica, políticas públicas e engenharia da gigante tecnológica liderada por Mark Zuckerberg.
Em resposta à Reuters, o porta-voz da Meta, Andy Stone, afirma que "os exemplos e notas em questão eram e são errados e inconsistentes com as nossas políticas e foram removidos". "Temos políticas claras sobre que tipo de respostas os chatbots de Inteligência Artificial podem oferecer, e essas políticas proíbem conteúdo que sexualize crianças e dramatizações sexualizadas entre adultos e menores", acrescentou, tendo sido deixada a garantia de que o guia está a ser revisto.