Natal é das crianças, e elas também podem dar uma ajudinha. Eis tarefas por idades

Natal em Medelin
Foto: DR
Envolver os mais novos nas tradições familiares convoca miúdos e graúdos para uma maior união e memória partilhada. Apesar de ser momento de brincadeira para as crianças, pedir que elas ajudem em pequenas tarefas é útil, mas é acima de tudo divertido. Psicóloga clínica enumera o que os mais pequenos podem fazer, por idades, enquanto se prepara a Ceia.
"A Ceia de Natal ganha outro significado quando feita em conjunto", sublinha a psicóloga clínica Isabel Henriques. A horas de arrancar uma das maiores reuniões familiares do ano, marcada para esta quarta-feira, 24 de dezembro, espera-se que todos colaborem, e os mais novos não precisam de ficar de fora.
Apesar de ser noite de brincadeira e sonho, há pequenas funções que podem ser cumpridas pelas crianças, basta que exista organização e comunicação prévias. Para tal, a terapeuta sugere que se "planeie com antecedência para que cada criança receba uma tarefa adequada à sua idade e segurança". Numa segunda dica, Isabel Henriques recomenda que se "supervisione com carinho uma vez que não se trata de perfeição, mas de presença e apoio emocional". "Valorize cada contributo, por pequeno que pareça, porque o elogio fortalece autoestima e vínculos afetivos, mantenha leveza e música na cozinha e registe o momento com fotos, desenhos e receitas", adita. Afinal, "a tradição cresce quando é lembrada e transmitida".
"Convidar os mais novos a participar transforma a preparação da Ceia num ritual afetivo e educativo porque, além de aprenderem cooperação, responsabilidade e respeito pelo trabalho alheio, experienciam a regulação emocional, com pequenos desafios na cozinha, a gerir a espera e a ver os resultados do seu esforço, que ajudam a desenvolver paciência e autoconfiança", argumenta a especialista.
Pequenos gestos que, "ao mesmo tempo, libertam os adultos de parte do peso organizativo, tornando tudo mais leve e partilhado", contrapõe a diretora clínica da Mental Health Clinic. Para a terapeuta, juntar o esforço de todos vai trazer "o riso na cozinha, a concentração ao pôr um copo, a pequena vitória de quem completa uma tarefa pela primeira vez, tudo isto cria memórias que se inscrevem na história familiar e no desenvolvimento emocional das crianças".
Psicóloga clínica Isabel Henriques [Foto: DR]
Veja abaixo a lista de tarefas por idades sugerida pela psicóloga Isabel Henriques.
Dos 3 aos 5 anos: As mãos pequenas podem colocar guardanapos e talheres à mesa, escolher pequenas decorações, estrelas, pinheirinhos de papel, e trazer raminhos de pinheiro ou loureiro, "para cheirar o Natal". São tarefas simples, mas que promovem sentido de pertença e segurança emocional.
Dos 5 aos 10 anos: Podem lavar e secar frutas ou legumes, misturar saladas, montar partes da mesa ou ajudar com pequenas luzes e velas (sempre com supervisão). Sentem-se importantes, competentes e parte da equipa familiar. Este envolvimento contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais e coordenação motora fina.
Dos 10 aos 15 anos: Podem preparar entradas simples, colaborar no empratamento, organizar aperitivos e participar na limpeza e arrumação. Descascar, cortar e organizar ingredientes ensina que o Natal se faz também de gestos silenciosos, de cooperação e de responsabilidade partilhada, fortalecendo autoestima e empatia.
Dos 15 aos 18 anos: Já podem assumir papéis de liderança: orientar os mais novos, ajudar nos pratos quentes ou sobremesas, participar no planeamento da ementa e coordenar a arrumação final. Este tipo de envolvimento promove autonomia, capacidade de resolução de problemas e reforça o sentido de pertença à família.

