Protestos marcados para esta quinta, em 17 cidades do país, após interseção da flotilha humanitária que rumava a Gaza
No momento em que o governo português confirma a presença de um quarto cidadão português, a par da líder bloquista Mariana Mortágua, da atriz Sofia Aparício e do ativista Miguel Duarte, a bordo da flotilha humanitária intercetada na noite de quarta-feira, 1 de outubro, pelas forças israelitas quando tentava chegar à Faixa de Gaza, a plataforma flotilhahumanitária.pt organiza protestos em 17 cidades portuguesas, a partir das 18.00 horas, pela libertação dos cidadãos portugueses e pelo fim do cerco aos palestinianos
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Em Portugal continental e Açores, são, até ao momento, 17 as cidades portugueses que organizam "ações de protesto urgentes" para esta quinta-feira, 2 de outubro, pela libertação dos cidadãos portugueses que viajavam na flotilha humanitária rumo a Gaza - e que foi interceptada por forças israelitas desde quarta-feira, 1 de outubro, à noite - e pelo fim do cerco aos palestinianos. "Portugal tem de agir para:
Garantir a libertação imediata dos cidadãos feitos reféns por Israel; Pôr fim ao cerco ilegal a Gaza; Impor sanções efetivas a Israel", lê-se na página de Instagram da flotilha humanitária.
As ações de protesto, que pode ver abaixo, estão marcadas para as 18.00 ou 19.00 horas, consoante as cidades, e chegam no dia seguinte à interceção pelas forças israelitas de embarcações que compõem a Flotilha Global Sumud e que transporta ajuda humanitária para Gaza. Entre os detidos estão a coordenadora bloquista, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e, mais tarde, o ativista humanitário Miguel Duarte, da organização "Humans Before Borders".
Já ao fim da manhã desta quinta-feira, 2 de outubro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português revelou, em confirmação à agência Lusa, que existe um quarto cidadão português a integrar a flotilha humanitária. "Está confirmado um quarto cidadão português a integrar a flotilha, que seguia no barco 'Selvaggia"". O MNE, acrescentou, aguarda autorização dos familiares, que contactaram o Gabinete de Emergência Consular, para eventual divulgação da identidade deste cidadão nacional.
A porta-voz do grupo italiano de ativistas participantes na ação humanitária "Global Sumud" (Resistência Global, em árabe), Maria Elena Delia, declarou hoje que 39 navios da flotilha foram intercetados pelas Forças de Defesa de Israel, seguindo ainda para a Faixa de Gaza alguns navios mais pequenos, que devem ter o mesmo destino. De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, as tripulações foram levadas para o porto de Ashdod e mantidas em centros de detenção específicos, onde poderão aceitar a expulsão voluntária imediata ou rejeitá-la e aguardar decisão judicial.
De acordo com um comunicado da diplomacia israelita divulgado através das redes sociais, os membros da flotilha humanitária que foram presos "estão seguros e de boa saúde".
O mesmo documento indica que Israel vai iniciar os procedimentos de deportação para a Europa depois de os detidos serem transferidos para território israelita. O primeiro-ministro disse hoje esperar que os cidadãos portugueses detidos por Israel possam regressar ao país "sem nenhum incidente", considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
A flotilha humanitária, composta por cerca de 50 embarcações (incluindo uma com bandeira portuguesa), partiu de Espanha no final de agosto com o objetivo de romper o bloqueio israelita e entregar mantimentos à Faixa de Gaza, iniciativa rejeitada por Telavive que argumenta que a ação é apoiada pelo grupo islamita palestiniano Hamas.