Consentimento, sexualidade e menstruação são alguns temas da série infantil ‘Sex Symbols’, na RTP Play. Programa, que pode ver à boleia da polémica remoção da educação sexual na disciplina de Cidadania, foi criado para pré-adolescentes que, quando vão à net saber de sexualidade, arriscam, sem querer, achar pornografia
Corpo do artigo
Carla, Mia, Hugo e Max são quatro amigos a entrarem na pré-adolescência que começam a ter as primeiras dúvidas sobre as suas mudanças físicas e a sua sexualidade. Este é o elenco da série de animação infantil Sex Symbols que pode ser vista e revista no site da RTP Play numa altura em que a educação sexual está a ferro e fogo após a remoção quase total deste capítulo no guião as aprendizagens essenciais para a disciplina de Cidadania e que está em consulta pública.
De entre a listagem (que pode aceder aqui), é possível ver gratuitamente dez episódios de sete minutos cada em que se discutem temas como consentimento, sexualidade, atração, primeiras mudanças, menstruação, estereótipos, complexos, beijos, igualdade de género e outros temas que pretendem ajudar crianças a compreenderem melhor o mundo da intimidade e que podem - e devem - ser vistos na companhia dos pais.
Por lá irá ver ovários e testículos que tiram dúvidas, cérebros que explicam de forma técnica e lúdica como se cora, como se sente atração, como acontecem as primeiras mudanças - da menstruação à chegada dos primeiros pelos - e de crianças que debatem os tratamentos sociais diferenciados que sentem por serem raparigas ou rapazes.
De origem espanhola e da autoria de Paloma Mora, a série que quis trazer a debate a “educação sexual e emocional através de animação e entretenimento” foi originalmente apresentada no festival de cartoons em Toulouse, França, em 2018, e em 2021 começou a estar disponibilizada.
Por cá, a animação já se estreou há muito, mas está disponível online na plataforma de streaming da estação pública e merece a atenção da família e debate posterior. “Nós percebemos que, a partir dos nove anos, as crianças começam a pesquisar sobre sexualidade. Na internet, no entanto, só encontram pornografia", justificou a autora da série aquando da apresentação. Por isso, a produtora quis criar um produto televisivo que contou com a participação de médicos especializados em educação sexual e planeamento familiar para encontrar os temas, o tom e as dúvidas que as crianças e jovens mais sentem.
A série, que não tem limite etário mínimo, “conta histórias em forma de comédia e de maneira natural, que é a linguagem perfeita para chegar aos jovens", justifica Paloma Mora.