O regime afegão proibiu nas universidades do país, nesta quarta-feira, os livros escritos por mulheres, aulas sobre direitos humanos e conteúdos em torno do abuso sexual.
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As medidas de banir os conteúdos foram anunciadas em agosto, mas começam agora a ter efeito. O regime talibã do Afeganistão começou a exigir às universidades, nesta semana, que removam os livros escritos por mulheres, aulas sobre direitos humanos e conteúdos em torno do abuso sexual.
O executivo, que tem vindo a tomar medidas profundamente repressivas para as mulheres, afastando-as a da vida e do espaço públicos e do conhecimento, justifica esta proibição por esta estar "em conflito com os princípios da xaria e da política do sistema", como avança a notícia avançada pela estação britânica BBC.
A ex-vice-ministra da Justiça Zakia Adeli, uma das autoras de livros afetada por esta proibição, considera que esta medida não traz, infelizmente, surpresa. "Tendo em conta a mentalidade e as políticas misóginas dos talibãs, era de esperar que quando as mulheres não estivessem autorizadas a estudar, as suas visões, ideias fossem igualmente suprimidas", afirmou citada pela referida estação pública do Reino Unido. Na lista de cerca de 680 livros considerados "preocupantes" estão títulos como Segurança no Laboratório Químico.