A endometriose leva, em média, em Portugal, dez anos a ser diagnosticada. Os dados não são muito diferentes no resto do mundo. Contudo, os cientistas estão a desenvolver um teste capaz de detetar esta doença em apenas dez minutos e com recurso a sangue menstrual
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E se uma nova tecnologia de diagnóstico não invasiva e sem precisar de análises laboratoriais conseguir detetar em apenas dez minutos uma doença que ainda pode levar até dez anos a ser diagnosticada, sujeitando as mulheres a tantos amos de sofrimento? Uma equipa de cientistas de Pensilvânia, nos Estados Unidos da América, apresentou um exame ao sangue menstrual que, por ser ultrassensível, consegue detetar indícios de concentrações muito baixas de doença e em níveis inferiores aos que são exigidos nos testes, atualmente.
Apesar de o protótipo estar a ser desenvolvido e contar apenas com sangue enriquecido - e ainda não amostras de pacientes -., a verdade é que o teste abre portas para exames não invadidos feitos na hora e no local.
Segundo o que está a ser avançado, o teste usa um material apelidado de borofeno, uma folha bidimensional feita com átomos do elemento químico boro e disposta num esquema em favo de mel.
Aplicado à experiência científica, os investigadores revelam que utilizaram este material de análise com amostras de sangue menstrual enriquecido com concentrações conhecidas de HMGB-1, em vez de amostras de pacientes reais com endometriose, e que se mostrou altamente sensível à deteção da doença, indicando uma melhoria de sensibilidade em seis vezes a atual.