Transplantes capilares. "Maior procura feminina concentra-se entre os 30 e 50 anos"

Gravidez, stress, menopausa entre os fatores que mais levam mulheres a procurarem soluções capilares mais definitivas
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O disfarce cosmético está a dar lugar a tratamentos capilares mais profundos. O afinamento do cabelo entre os 30 e os 40 anos e os efeitos da perimenopausa e menopausa na década seguinte empurram cada vez mais mulheres para o transplante capilar, um recurso ainda predominantemente procurado por homens., em Portugal.
Os homens são ainda quem mais procura os tratamentos capilares, mas o número de mulheres está a crescer neste domínio. As várias transformações a que são sujeitas ao longo da vida estão a empurrá-las para soluções mais permanentes e decisivas, nomeadamente o transplante capilar.
No caso do sexo feminino, "a maior procura concentra-se entre os 30 e os 50 anos", afirma Carlos Portinha. Ao detalhe, o médico especialista revela as razões. "Na faixa dos 30 a 40 anos, muitas começam a notar um afinamento global [do fio de cabelo], frequentemente após gravidezes, alterações hormonais ou períodos de stress, com grande impacto na autoestima e na imagem profissional. Entre os 40 e os 50 anos, somam-se os efeitos da perimenopausa e menopausa, uma progressão mais evidente da alopécia", destaca o diretor clínico do grupo Insparya. A "maior estabilidade financeira" é o argumento final que as leva a decidir por este tipo de procedimentos que se caracteriza por "uma solução definitiva em vez de depender apenas de disfarces cosméticos", justitica o especialista.
No caso das mulheres em particular, o médico explica que este tratamento permite "a redução do tempo de cirurgia, a menor manipulação das unidades foliculares, o que diminui o risco de dano e aumenta a taxa de sobrevivência dos folículos implantados, e o maior conforto e uniformidade na execução técnica, o que se traduz em resultados mais previsíveis".
Atualmente, Portinha revela que "os homens ainda representam a maioria dos transplantes e tratamentos cirúrgicos". Contudo, acrescenta, "a proporção de mulheres tem vindo a aumentar de forma consistente na última década, e essa tendência acelerou nos últimos anos". O médico considera que "há hoje mais consciencialização sobre a alopécia feminina, menos estigma, técnicas mais discretas e naturais, e maior capacidade das clínicas para adaptar a abordagem aos padrões femininos".
Por cá, a técnica nascida em Portugal, o BotHair Ultra Plus, tem permitido "procedimentos mais rápidos, mais precisos e com resultados muito naturais, mantendo um perfil de segurança elevado tanto para a paciente como para a equipa clínica", garante Carlos Portinha.
Carlos Portinha [Foto: DR]
Mas o que é preciso para conseguir que estes tratamentos resultem? Tudo depende do diagnóstico correto, mas em "em casos de alopécia androgenética feminina ou em determinadas alopécias cicatriciais estabilizadas, quando existe uma zona dadora com quantidade e qualidade suficientes de unidades foliculares, é fundamental que a doença de base esteja controlada, que não haja um agravamento muito acelerado nos últimos meses e que a mulher tenha expectativas realistas quanto à densidade que é possível atingir", avança o especialista.
Ainda que nada seja definitivo - tal como acontece na depilação a laser e que exige retoques -, também estes tratametnos capilares podem vir a exigir " retoques para reforçar densidade em áreas que continuaram a perder cabelo ou para ajustar o desenho à medida que o rosto e a linha capilar vão envelhecendo", explica Portinha. Ainda assim, o especialista reitera que "o cabelo que nasce destes folículos é considerado definitivo: comporta-se como o cabelo de origem, mantendo-se ao longo da vida da paciente". A questão pode continuar a colocar-se "sobretudo no cabelo não transplantado, que continua sujeito à evolução da doença".

