Estudo brasileiro aponta a possibilidade de a aplicação de laser de baixa intensidade na região abdominal baixar a tensão arterial em contexto de menopausa. Investigação prossegue agora para estudo clínico em mulheres
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Investigação laboratorial pode trazer esperança a quem atravessa a menopausa e tem um quadro associado de hipertensão. Estudo levado a cabo na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) testou a possibilidade de aplicação de laser vermelho de baixa intensidade na região abdominal em 70 animais cobaias do sexo feminino.
A equipa de cientistas dividiu a amostra em três grupos: controlo, com ovários removidos - o que permitiu induzir a menopausa - e, dentro deste grupo, as que foram tratadas com fotobiomodulação (terapia de luz de baixa intensidade) duas vezes por semana, durante duas semanas. Foram depois sendo monitorizadas as pressões arteriais.
"Pudemos notar que a aplicação da fonte de luz levou à elevação do óxido nítrico, gás produzido naturalmente pelo organismo que tem papel crucial na regulação da pressão arterial, pois atua como vasodilatador, relaxando os vasos e facilitando o fluxo sanguíneo, além de outros efeitos benefícios ao sistema cardiovascular", afirma o professor do Departamento de Ciências Fisiológicas da UFSCar e coordenador do projeto Gerson Rodrigues à Agência Fapesp.
Os resultados, publicados na revista Lasers in Medical Science (cujo artigo original pode consultar aqui), indicam que a aplicação do laser vermelho na região abdominal baixou a tensão arterial, melhorou a função da camada de células que reveste internamente os vasos sanguíneos e fez decrescer o stresse oxidativo.
Ultrapassada esta primeira fase, a investigação está agora em estudo clínico com mulheres em menopausa para analisar os efeitos do laser e o coordenador do projeto fala em resultados preliminares promissores no que diz respeito à melhoria de sintomas.