Um ensaio clínico avançado mostrou que o "Elinzanetant", comprimido não hormonal desenvolvido pela Bayer, reduz de forma significativa os sintomas mais comuns da menopausa, como afrontamentos e suores noturnos.
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Durante 52 semanas, mais de 600 mulheres em pós-menopausa, com idades entre 40 e 65 anos, receberam diariamente o medicamento ou um placebo. O objetivo foi avaliar a eficácia e segurança do tratamento.
Os resultados são promissores. Segundo os investigadores, na semana 12 do estudo, verificou-se uma redução de mais de 73% da frequência e intensidade dos sintomas nas mulheres que tomaram "Elinzanetant", em comparação a uma redução de 47% no grupo que tomou o placebo.
Na semana 50, as participantes do primeiro grupo apresentaram uma média de 1,4 ondas de calor ou suores noturnos moderados a graves por dia, contra uma média de 3,5 no grupo que tomou o placebo.
Este estudo, publicado no jornal JAMA International Medicine (e que pode ser consultado no original aqui), reafirma a necessidade de tratamentos a longo prazo que sejam seguros e eficazes, para o tratamento de SVM (Sintomas Vasomotores da Menopausa) - caracterizados por calor súbito, sudorese intensa e palpitações - e outros sintomas disruptivos associados à menopausa, que afetam a saúde e a qualidade de vida.
O fármaco, ingerido uma vez por dia por via oral, parece também melhorar o descanso noturno e o bem-estar geral. No entanto, o ensaio não foi desenvolvido com o objetivo de medir esses efeitos secundários aprofundadamente. Quanto à segurança, não foram observados impactos no fígado ou na densidade óssea, mas registaram-se alguns efeitos adversos leves, como dor de cabeça e sonolência.
"Este estudo de um ano não só confirmou as conclusões iniciais de uma redução rápida e significativa na frequência e gravidade dos afrontamentos e suores noturnos, como também forneceu provas de que esses efeitos se mantiveram ao longo de um ano, oferecendo esperança para um alívio a longo prazo", afirma, segundo a Reuters, a líder do estudo, JoAnn Pinkerton, da Universidade da Virgínia.
Este fármaco já foi aprovado para uso no Reino Unido e no Canadá. A Bayer já submeteu à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) o pedido de introdução deste medicamento na UE.