Abel Ferreira, o treinador português do Palmeiras, foi acusado de xenofobia no Brasil, por ter referido que os indígenas não são organizados.
Corpo do artigo
O técnico abordou questões individuais no coletivo após a vitória, por 3-1, na quinta-feira à noite, frente ao Atlético Goianiense, no campeonato brasileiro. "Aníbal tem uma dinâmica muito boa e por isso queríamos muito esse jogador. A direção não o conseguiu trazer quando precisávamos, porque não dava. Foi quando nós conseguimos e ainda bem, em boa hora que nós o trouxemos. Eu diria que ele é o equilíbrio, o pêndulo da nossa equipa. Dá confiança para aqueles quatro, cinco, seis chegaram à área, e ele com o Vitor [Reis] hoje e o Gómez, e o Rocha ou Mayke, puderam equilibrar a equipa e dar liberdade aos da frente para atacar", referiu.
A polémica deu-se nas declarações seguintes, em que afirmou que "isto não é uma equipa de índios". "Há uma organização e dentro dessa organização há liberdade para eles criarem, para se ligarem e há princípios de jogo que nós temos, um deles é o equilíbrio, e o Aníbal é um desses pêndulos, esse motorzinho, que não só tem como tarefa ser a primeira cobertura, como também ligar jogo e pôr a equipa a jogar".
A Imprensa brasileira rapidamente adiantou que o técnico, natural de Penafiel, incorre num crime federal, por ter violado a Lei do Racismo, que pune "os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".
Em resposta, Abel Ferreira, através da sua assessoria, garantiu que não quis ofender. "Vivo e trabalho no Brasil desde 2020 e tenho profundo respeito por todos os brasileiros. As pessoas já conhecem o meu caráter, as minhas condutas e as minhas ações sociais. Sabem também que eu repudio por completo toda forma de preconceito".