A portuguesa Ana Cabecinha foi sexta classificada nos 20 km marcha dos Jogos Olímpicos Rio2016, prova em que a chinesa Hong Liu conquistou a medalha de ouro, com o tempo de 1:28.35 horas.
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A recordista portuguesa completou a prova em 1:29.23 e alcançou a sua melhor classificação em Jogos Olímpicos, depois do oitavo lugar em Pequim2008 e do nono em Londres2012, enquanto Inês Henriques, 15.ª há quatro anos, foi 12.ª no rio de Janeiro, com 1:31.28 horas. Daniela Cardoso chegou na 37.ª posição, com 1:36.13.
Hong Liu, medalha de bronze em Londres2012 e atual campeã do mundo, sagrou-se campeã olímpica à frente da mexicana Maria Guadalupe Gonzalez, que conquistou a prata, com 1:28.37, e da também chinesa Xiuzhi Lu, medalha de bronze, com um registo de 1:18.42
Atleta "felicíssima"
A portuguesa Ana Cabecinha disse estar felicíssima pelo sexto lugar, sobretudo depois de ter tido "dores horríveis" nas costas antes da prova.
"Estou felicíssima. Por onde passo só digo que estou feliz. Mais um diploma olímpico. Ainda para mais depois do que se passou na câmara de chamada. Tive dores horríveis nas costas, foi muito difícil conseguir aquecer e preparar a competição. Tive momentos antes de entrar na câmara de chamada muito complicados, mas consegui gerir toda esta adrenalina que são os Jogos Olímpicos e consegui ultrapassar a dor", assumiu.
Na zona mista, com a bandeira de Portugal às costas, Ana Cabecinha, que melhorou os oitavos lugares de Pequim2008 e Londres2012, disse que acordou "com umas dores horríveis na lombar" e que antes "de entrar chorava de dores com o fisioterapeuta".
"Não consegui aquecer de forma adequada para a prova, então parti um pouco a medo pelas costas. Agora doem-me, mas ainda há bocado não doeram e isso é que é importante e por isso estou feliz com o meu sexto lugar", afirmou.
A atleta do Clube Oriental do Pechão garantiu que nunca pensou em não competir e que, apesar de não ter consigo aquecer, foi gerindo a prova.
"Quando aqueci fiquei bem e nunca me passou pela cabeça não estar na linha de partida, nem na de chegada, quanto mais", referiu.
A algarvia, de 32 anos, disse que ainda sonhou chegar às medalhas, quando recolou no grupo da frente.
"Pelo menos, estar na frente e tentar lutar pelas medalhas. Não foi possível porque, quando chegámos, o grupo partiu completamente e então tentei gerir e lutar pelo melhor lugar possível. Quando a brasileira se chegou a mim, eu tentei não descolar porque era melhor o sexto do que o sétimo", assegurou.
Ana Cabecinha assegurou que o "objetivo era ser finalista, melhorar o lugar de Londres e Pequim" e que foi cumprido, dizendo-se "muito feliz" por isso.
"No ano passado também fui segunda europeia, vou-me mantendo até ao dia que seja o meu dia e espero que continue nas finalistas", assumiu.
Depois do quarto lugar no Mundial de 2015, Ana Cabecinha voltou a estar perto das medalhas, mas a algarvia disse que não sabe quando vai alcançar o 'metal'.
"Mas espero que o meu dia chegue, porque [as medalhas] já andam a fugir muitas vezes. Eu continuo atrás delas e tenho fé que algum dia vá ser o meu dia", disse.