<p>O Shakhtar Donetsk estragou a festa do primeiro jogo em casa do Braga na Champions. A equipa minhota teve, ontem, a prova mais cruel de que, na competição milionária, não se podem falhar oportunidades. O sonho dos oitavos-de-final está a esfumar-se...</p>
Corpo do artigo
O Braga sofreu a segunda derrota pesada no Grupo H da Liga dos Campeões, só que o jogo de ontem teve uma história bem diferente da que tinha sido escrita em Londres, há duas semanas. Na capital inglesa, a equipa minhota não teve qualquer hipótese de discutir o resultado, mas desta vez esteve muitas vezes perto de se colocar em boa posição para vencer. Na Champions, falhar golos atrás de golos costuma ser sinónimo de derrota, e foi exactamente isso que aconteceu ontem aos arsenalistas, ainda por cima por números que não espelham, nem por sombras, o que sucedeu no relvado. A diferença enorme dos orçamentos dos dois clubes – o do Shakhtar é de 60 milhões de euros, seis vezes maior do que o do Braga - estendeu-se à eficácia na hora de rematar à baliza.
Apesar de ter dado, desde o início, o domínio de posse de bola aos ucranianos, o Braga foi muito mais perigoso na primeira parte. Rodríguez, logo aos três minutos, e Leandro Salino, mais tarde, tiveram o golo na cabeça e nos pés, mas a forma letal como a equipa de Domingos Paciência costuma “matar” os adversários, mostrada em todo o seu esplendor no jogo de Sevilha, não se viu ontem no Minho. O talento dos avançados adversários fez o resto...
Avisados para o perigo, os visitantes vieram com outro espírito para o segundo tempo. Apoiado na técnica dos brasileiros Douglas Costa e Willian, o Shakhtar marcou na primeira jogada de perigo que criou, por Luiz Adriano, outro artista “canarinho”, conhecido desde que, ao lado de Alexandre Pato, ajudou o Internacional de Porto Alegre a derrotar o Barcelona na final do Mundial de Clubes de 2006. Infelizmente para os bracarenses, a seguir foi jogar para a Ucrânia... O Braga não se foi abaixo com o 1-0 e teve, nos minutos seguintes, uma série de grande ocasiões para restabelecer a igualdade, só que a noite de ontem não estava mesmo talhada para o brilho de Matheus, Paulo César ou Lima, todos incapazes de bater o guarda-redes Pyatov.
O Shakhtar apercebeu-se de que podia explorar os espaços que passaram a existir na retaguarda minhota e, novamente por Luiz Adriano, acabou com a partida a 20 minutos do fim, tendo mesmo chegado ao 3-0 nos instantes finais, de penálti. Na pior altura, o Braga voltou a perder em casa (já não acontecia desde 30 de Julho de 2009) e, agora, pode começar a pensar em lutar com o Partizan pelo terceiro lugar do grupo.