Direção-Geral de Saúde está a trabalhar no parecer técnico para prova que espera milhares de estrangeiros.
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A primeira prova a contar para o Campeonato Europeu de Ralis, em Fafe e Vieira do Minho, pode não vir a realizar-se, uma vez que a Direção-Geral de Saúde ainda não garantiu que a prova reúna condições. O Rali Montelongo 2020, que está marcado para o fim de semana de 4 e 5 de outubro, contará pela primeira vez para o Campeonato Europeu de Ralis e são esperadas milhares de pessoas nos dois municípios minhotos.
Ao JN, a Direção-Geral da Saúde disse que "está a trabalhar na elaboração do parecer técnico do evento", a pouco mais de uma semana da realização. No seio da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), existe a convicção de que a validação possa chegar ainda esta semana.
"Há recomendações que tivemos de seguir, mas já há pessoas de toda a Europa de malas feitas para Portugal e não acredito que a prova não se realize", disse ao JN Ni Amorim, presidente da federação. Desde junho que têm sido realizados vários ralis, de menor dimensão do que o Montelongo, e Ni Amorim assume que tem havido muitas dificuldades, mas que têm sido ultrapassadas. "É certo que em cada delegação local de saúde há uma cabeça diferente e cada cabeça sua sentença, mas temos tratado com a Direção Regional de Saúde e as coisas estão bem encaminhadas", afirmou.
Medidas impostas
No caso específico desta prova, que vai ser realizada em estado de contingência, o líder da FPAK garante que estão a ser tomadas "todas as medidas que são impostas" e, no caso da presença de público nas estradas a assistir ao rali, lembrou que "pela lei portuguesa nada proíbe que 10 pessoas estejam juntas perto de uma estrada a ver passar o rali e que, com distância de segurança, haja outro grupo de 10 logo a seguir".
Aquela situação acaba por contrariar o que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) previu para esta prova do Campeonato da Europa de Ralis, já que no regulamento oficial pode ler-se que "é proibida a presença do público no início e no final de cada etapa/troço e no service park", que funcionará na Praça Mártires do Fascismo, no centro da cidade de Fafe. O mesmo ponto refere ainda que "espectadores não serão permitidos em qualquer parte do trajeto do rali".
Ni Amorim rebate este ponto, sublinhando que esta é "uma disposição genérica", porque "cada país tem as suas regras e as suas diretivas", aludindo ainda à possibilidade de ajuntamento de 10 pessoas. Esta prova será em pisos de asfalto e vai passar pelo interior de pequenos lugares e aldeias, tornando impossível que não haja público a assistir. Fonte da GNR explicou ao JN que, por causa disso, "não há forma de controlar que as pessoas vão assistir à prova", ainda que os principais acessos estejam fechados.
SAIBA MAIS
Zonas espetáculo
As habituais zonas espetáculo (ZE) das provas de rali não estão contempladas nesta edição para que não haja concentração num local específico. Ainda assim, os adeptos poder-se-ão espalhar pelos troços.
Sem superespecial
Para evitar aglomerados na cidade, o Rali Montelongo não terá superespecial urbana. O acesso aos parques de assistência, onde normalmente os pilotos convivem com os adeptos, estará interditado.
Carro "00"
Para verificar que todos os preceitos legais estão cumpridos, irá passar pelos troços, antes dos concorrentes, o carro "00" com um elemento da GNR que dará a autorização para a realização da classificativa.
250 mil euros
Os municípios de Fafe e Vieira do Minho vão desembolsar o total de 250 mil euros para que o rali pontue para o Campeonato da Europa.
Rali de Portugal
A realização desta prova vem colmatar o cancelamento do Rali de Portugal, prova integrada no Mundial de Ralis, que costuma ter Fafe e Vieira do Minho como palcos.