Jovem clube de Odemira ligado ao andebol deu vida a um pavilhão sem ocupação e é um exemplo de fair-play.
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A Cautchú-Associação de Promoção e Desenvolvimento de Desporto germinou da conjugação de esforços de um grupo de profissionais do setor, da Autarquia de Odemira e da Federação Portuguesa de Andebol, procurando colmatar a falta de uma modalidade coletiva de pavilhão na região. "Ao existirem instalações desportivas, sem ocupação e aptas à prática do andebol, avançou-se para a criação do clube e a implementação da modalidade", conta Pedro Almeida, ex-presidente e fundador.
Face às longas distâncias entre as principais localidades do concelho alentejano, a forma de implementar uma modalidade desconhecida assentou na criação de escolas em Odemira, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes, onde se destacam atletas dos quatro aos 10 anos de idade.
À beira de completar nove anos, a Cautchú tem 150 atletas, todos dos escalões de formação, e mais uma equipa de andebol adaptado, em parceria com a Associação de Paralisia Cerebral de Odemira, numa aposta como "uma poderosa ferramenta de integração".
As duas carrinhas de nove lugares que o clube já possui têm um papel preponderante no trabalho desenvolvido nos três polos, bem como na participação nas competições oficiais da Associação de Andebol do Algarve, onde o clube está filiado. A presidente Sandra Bento sabe que o futuro passa pela existência de um pavilhão próprio. "Quanto mais crescemos, menor é o espaço que temos. Em 2023 celebramos 10 anos e o lançamento da primeira pedra do pavilhão seria a prenda ideal", adiantou, justificando que "esse era o reconhecimento do trabalho e a garantia de um futuro risonho da coletividade".
Sandra Bento lembra que a agremiação vive dos prémios da atividade desportiva subsidiada pela Câmara Municipal e dos três projetos contratualizados que a clube promove. Em 2015, o Cautchú conquistou o "Prémio Fair-Play" no encontro nacional de minis e recebeu o Diploma de Mérito pela Assembleia Municipal de Odemira, juntando-se em setembro de 2020 a "Bandeira da Ética", atribuída pelo Instituto Português do Desporto e Juventude.
Em dezembro, o Município vai promover a 1.ª Gala do Desporto de Odemira e a Cautchú está nomeada em sete categorias, entre elas o da "Associação/Clube do Ano" e do "Projeto Desportivo" (Bandeira da Ética).
Maria Sameiro Modesto, 15 anos
"Para mim o andebol é tudo. Sinto-me em casa na Cautchú. É onde me supero a nível desportivo e como pessoa"
Mateus Castanho, 18 anos
"A Cautchú para mim é uma família. Esteve sempre comigo e não me imagino sem jogar andebol e sem estar neste clube"