Nascida e criada numa família humilde, no Porto, Albertina Dias correu contra o destino e tornou-se numa das melhores atletas portuguesas de todos os tempos.
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Venceu títulos nacionais em diferentes categorias, brilhou nos Mundiais de corta-mato, especialidade em que colecionou todas as medalhas possíveis, e participou em três Jogos Olímpicos. Hoje, é embaixadora do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) para promover o atletismo e fair play.
Albertina Dias começou a "trabalhar com apenas 12 anos", mas logo despertou a paixão pela corrida. "Tinha 13 anos quando fui à primeira corrida, na Seca do Bacalhau, e nem sabia o que era o corta-mato. Pediram-me para levar sapatilhas mas, como era de uma família muito humilde, fui com umas pantufas, que acabaram por se rasgar todas. Nem me preocupei em terminar a prova, só pensava em recuperar as pantufas que estavam perdidas no meio de tanta gente", recorda a ex-atleta, que aos 18 anos foi para o Boavista.
"O primeiro dinheiro que ganhei foi para pagar o passe". "Há algum tempo, ouvi a minha filha dizer a um amigo que a mãe era a Albertina Dias, do atletismo. É o maior reconhecimento possível", diz, com emoção e "orgulhosa" pela carreira realizada. "As medalhas que conquistei são reais e fruto de muito sacrifício e dedicação", faz notar, revelando "sentir alguma mágoa por nem sempre ser reconhecida pelas gentes do atletismo".
Passe curto
Nome: Maria Albertina da Costa Dias
Naturalidade: Miragaia (Porto)
Idade: 53 anos (26/04/1965)
Clubes que representou: Boavista e Maratona Clube da Maia
Principais títulos: Um campeonato nacional de 1500 metros, um de 10 000 e um de corta-mato. Medalha de ouro, prata e bronze nos mundiais de corta-mato