O internacional português Cristiano Ronaldo e o treinador escocês Alex Ferguson deram uma entrevista aos canais de comunicação do Manchester United, publicada esta sexta-feira, na qual recordam a altura em que trabalharam juntos.
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Jogador e técnico partilharam o balneário nos "red devils" entre 2003 e 2009 e falaram sobre esse período e como os momentos mais complicados os ajudaram a cimentar a amizade.
Cristiano Ronaldo tem atualmente 36 anos, mas quando chegou a Manchester pela primeira vez tinha metade da idade. E aos 18 anos mudar-se para um país completamente diferente obrigou-o a ter de se adaptar à nova realidade, contando para tal com a preciosa ajuda de Ferguson.
"É difícil. Imagina que tens 18 anos, chegas do Sporting e agora jogas com estrelas como Giggs, Scholes, Keane ou Solskjaer. Estava um bocadinho nervoso, mas ele ajudou-me muito na comunicação, ia muitas vezes ao gabinete dele com um tradutor ao meu lado. O mais importante foi que me deu conselhos para crescer como pessoa e como jogador. Desde o primeiro dia, sempre fiz o que ele disse. Digo sempre que ele é como um pai para mim no futebol. Agradeço tudo o que ele fez por mim, pela minha família e especialmente pelo clube", realçou CR7.
O avançado luso também recordou a estreia com a camisola da formação de Old Trafford a 16 de agosto de 2003, frente ao Bolton, para a Liga Inglesa, quando foi chamado a jogo aos 61 minutos e deixou os adeptos dos "red devils" empolgados com o talento que já demonstrava ter.
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O mítico treinador é o primeiro a reconhecer que Cristiano Ronaldo superou as expectativas e que colocá-lo a jogar foi a decidão mais acertada.
E prossegue: "Lembro-me que quando pensámos em contratá-lo, sempre deixei claro ao seu agente que ele não jogaria em todos os jogos. Mas se ele fosse assim tão bom, eu não o iria travar, até porque tens sempre de jogar com os melhores jogadores. No primeiro jogo da época, ele foi suplente. Ele entrou e foi absolutamente fantástico, o público adorou-o! Então eu fiquei nesta situação: meto-o a jogar no próximo jogo ou deixo-o no banco? Foi um grande problema".
O internacional português recordou, também, um dos momentos mais difíceis pelo qual passou - a morte do pai em 2005 - e o apoio que teve do treinador na altura. "Tivemos momentos tão bonitos juntos, mas não apenas as vitórias. No meu coração guardo as coisas mais difíceis. Provavelmente ele não se lembra, mas um dia, o meu pai estava no hospital e eu estava muito em baixo. Falei com ele e ele disse-me 'Cristiano, vai para lá dois ou três dias'. Nós tínhamos jogos difíceis e eu era um jogador importante para a equipa. Ele disse 'vai ser complicado porque vamos ter jogos difíceis, mas eu percebo a tua situação e deixo-te ir ver o teu pai'. Para mim, essas são as coisas mais importantes, à parte de ganhar a Liga dos Campeões, a Premier League e as taças", completou.
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