Federação Portuguesa de Futebol tem mais seguidores no Instagram do que a Confederação Brasileira.
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O fenómeno de Cristiano Ronaldo nas redes sociais também provoca um efeito de bola de neve nos clubes que o avançado representa e tem na seleção portuguesa uma escala de enorme dimensão por se tratar de um jogador carismático, capitão de equipa e um ídolo planetário.
Não é à toa que a Federação Portuguesa de Futebol tem números muito generosos nas redes sociais, estando à frente de países com maior base populacional. “A FPF é atualmente uma das federações com mais seguidores nas redes sociais, até já ultrapassou a do Brasil e eles têm tanta população como um continente. Nós somos apenas 10 milhões e a FPF, no Instagram, tem 18,3 milhões de seguidores, enquanto a CBF tem 17,7 milhões e estamos a falar de um país de futebol. A razão é apenas uma e chama-se Ronaldo”, apontou, ao JN, Pedro Rossas, chief innovation officer na Lisbon Digital School.
Por isso, não tem dúvidas que a marca da seleção nacional sem Cristiano Ronaldo “não será a mesma, nem terá o mesmo peso” mediático e até financeiro. “Basta pensarmos num particular nos Estados Unidos com e sem ele. São valores incomparáveis”, explicou. “Sem ele, imagine-se quanto é que os patrocínios não iam baixar? Estamos a falar de quase mil milhões de pessoas a seguir a marca Ronaldo, com a FPF associada. O problema é que quem gosta de futebol não compreende isso. Estamos a viver um negócio no qual o futebol bonito acabou. Basta fazerem um estudo com Ronaldo e sem ele na seleção e vão perceber do que se fala”, argumentou.
Em termos pessoais, retirar-se da seleção, ou pendurar as chuteiras pode alterar o modelo de negócio, segundo Daniel Sá, especialista em marketing desportivo e diretor do IPAM. Mas Ronaldo até pode vir ganhar mais. “Se ele quiser continuar na ribalta vai continuar. Joga porque sente que é válido, basta ver que está prestes a chegar aos 900 golos e aponta aos mil. Mas quando olhamos para o Michael Jordan, que deixou de jogar há cerca de 15 anos, perdeu o salário, mas a marca é tão forte que ainda hoje lhe rende mais dinheiro do que na altura em que jogava. O Ronaldo, com uma visibilidade maior do que um jogador de basquetebol, numa época de redes sociais, se desejar continuar a ter esta visibilidade, a marca não vai diminuir, pelo contrário, poderá até entrar em domínios diferentes. Não lhe faltará palco quando deixar de jogar futebol”.