Espanha, campeã europeia em 2008. Capitão? Casillas. Espanha, campeã europeia em 2012. Capitão? Casillas. É caso único, o mesmo capitão a levantar a taça em edições consecutivas. Nem um ano depois da última experiência, Iker entra em rota de colisão com Mourinho. Ou vice-versa.
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O guarda-redes é afastado da equipa em janeiro, primeiro por Adán (esse mesmo), depois por Diego López. No final da época, sai Mourinho e entra Ancelotti. A acompanhar o italiano, o carismático treinador de guarda-redes Vecchi (formador de Buffon, por exemplo). A expectativa está no ar e Ancelotti segue o conselho de Vecchi, que prefere Diego López a Casillas pelo jogo aéreo. “Vou apostar em Iker na Taça do Rei e na Liga dos Campeões”, contemporiza Carlo. Não é bem isso que Iker quer ouvir, daí que chegue a esboçar uma reação pública de mal-estar em outubro.
O nascimento do primeiro filho com a jornalista Sara Carbonero muda-lhe o estado de espírito e, a partir daí, a ideia volta a ser continuar a fazer parte da equipa do seu coração até ao fim da carreira. Como tal, aplica-se como sempre, joga como nunca. Tudo provoca um debate entre os adeptos (autênticas guerras civis no Twitter), o que lhe vale ser mais aplaudido fora do que no Bernabéu. Titular nas tais duas competições, Iker liga pouco aos assobios na sua casa de sempre e cumpre a sua missão com uma categoria indiscutível, ao ponto de completar agora 682 minutos sem sofrer golos no Real Madrid, um recorde do clube, um recorde com 112 anos.
Nesses sete jogos, só 12 defesas em 11 horas. “O mérito é de todos”, sublinha Iker. “Estou muito feliz aqui, na minha casa, e quero desfrutar o mais possível.” No fim dessa época, Iker levanta a Taça do Rei (2-1 vs. Barcelona) e também a da Liga dos Campeões (4-1 vs. Atlético, após prolongamento, na Luz). Na época seguinte, o Real é campeão mundial. Mais uma vez, sempre com Casillas a capitão e a levantar a taça. É assim que sai de cena e assina pelo F. C. Porto. No Dragão, a saga continua como herói da baliza.