David é filho de Jorge Trezeguet, cujo avô emigra de França para a Argentina no final do século XIX.
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Na Argentina, o clã Trezeguet instala-se e Jorge faz-se jogador de futebol, primeiro Chacarita Juniors, depois Estudiantes. Quando a equipa está perto de subir à 1.ª, o primeiro controlo antidoping de sempre na Argentina apanha Trezeguet nas malhas e a federação suspende-o por um ano.
Estamos em 1974 e Trezeguet filho ainda nem passa de um projeto de vida. Já o Trezeguet pai é um projeto de futebolista como central. Acusam-no de ter dado positivo de anfetamina. “Impossível. Os valores que apresentaram em tribunal davam para matar um cavalo.” Zangado com a vida, emigra para França, onde se casa, obtém cidadania francesa e tem um filho em outubro de 1977. Esse mesmo, David.
Nesse ano, Jorge falha a subida de divisão pelo Rouen e opta pela volta à Argentina, onde arruma as chuteiras e prolonga a carreira no futebol como preparador físico. David mal sabe andar, mas acompanha o pai para ali e para aqui até se instalar definitivamente no Platense.
Percorre as camadas jovens, estreia-se na equipa sénior em 1994 e segue o seu caminho, com o pai como empresário: Mónaco, Juventus, Hércules e Bani Yas. Na seleção francesa, é só campeão mundial em 1998 e europeu em 2000 - na final, entra na segunda parte para assistir Wiltord no 1-1 e assinar o 2-1 de ouro vs. Itália.
Aos 34 anos, assina pelo River Plate, então na 2.ª Divisão. O regresso à Argentina tem o seu quê de engraçado. “A última vez em Buenos Aires foi em 2006, depois do Mundial da Alemanha. Perdemos a final com a Itália e eu falhei um dos penáltis no desempate. Nessa noite, o Maradona apareceu no hotel da França e confortou-me, disse-me que também tinha falhado um penálti num Mundial. Fiquei aliviado, mas o que me fez realmente bem foi visitar Buenos Aires, revisitar as minhas origens, os meus amigos de infância. Por isso, assinei pelo River”.