Dez anos depois de voltar a Paços de Ferreira, para recuperar a felicidade perdida no F. C. Porto, o português apresentou-se no AC Milan ao lado da lenda Ibrahimovic.
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O AC Milan que já foi de Carlo Ancelotti, de Fabio Capello e de Arrigo Sacchi é agora de Paulo Fonseca. O AC Milan, de Paulo Fonseca! Não são palavras menores ou não estivesse em causa o grande colosso “rossoneri”, superado apenas pelo Real Madrid em conquistas na Liga dos Campeões, por exemplo, e que pela primeira vez será comandado por um português, este nascido em Moçambique, criado no Barreiro e cuja carreira que agora atinge o topo do futebol mundial começou nos juniores do Estrela da Amadora, ganhou impulso no quarto escalão do futebol nacional e fortaleceu-se no insucesso estrondoso no F. C. Porto. Dez anos depois, eis então a plenitude da desforra a esse falhanço no Dragão.
“Há muitos que não aprendem, mas ele aprendeu. Quem passa por dificuldades está mais preparado para vencer e, depois dessa passagem pelo F. C. Porto, senti nele uma grande vontade de dar a volta por cima e mostrar que era mais do que mostrou”, recorda, ao JN, o professor José Neto, amigo, mentor e, em alturas cirúrgicas, uma espécie de adjunto: juntos, construíram o melhor Paços de Ferreira de sempre, que, em 2013, acabou a Liga no terceiro lugar. Antes disso, o atual treinador do AC Milan orientou o 1.º Dezembro, o Odivelas, o Pinhalnovense e o Aves. Seguiu-se o F. C. Porto e o passo talvez tenha sido maior do que a perna. Pinto da Costa ainda resistiu aos primeiros pedidos de demissão, mas estes transformaram-se em súplicas e não houve volta a dar. “O estilo de liderança não resultou”, sublinha José Neto, algo que Paulo Fonseca reconheceu várias vezes.