Jovens mesa-tenistas treinam com empenho e alegria no Clube Atlântico da Madalena, em Vila Nova de Gaia.
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Bastam uns minutos dentro da sala de treinos do Atlântico da Madalena para se perceber a grande diferença entre quem joga ping-pong e ténis de mesa. O incessante som da bola a bater na mesa e repostas rápidas, que se tornam numa ameaça para o pescoço de qualquer espectador, são o habitat natural das crianças que treinam diariamente.
Na liderança do projeto está Serafim Vitorino, coordenador e veterano jogador e treinador. A experiência dos mais de 50 anos de carreira que já tem na bagagem levam-no a crer que o lema que se adequa ao ténis de mesa passa por "treinar mais que o próximo".
Ideal esse que, diga-se, está à vista de todas as crianças que já jogam de forma bastante avançada: "Temos connosco a número um e dois do ranking nacional e ambas são produto de muitas horas de trabalho", faz notar, orgulhoso, Serafim Vitorino.
Só para se ter uma ideia, desde as 15 às 20 horas, cerca de 30 atletas passam pelo olhar atento e sempre interventivo do experiente treinador, que coordena a sala sempre com uma voz de comando muito respeitada: "O potencial de cada um está à vista na forma como treinam, na alegria e disposição para treinar. Tenho atletas que treinam cinco horas por dia, de segunda a sábado, e nas férias até bidiários fazem".
Formar e ganhar
Num ambiente que privilegia a aprendizagem e a competição, o técnico assume que os títulos são sempre prioridade para um clube como o Atlântico da Madalena: "Tento sempre levar os meus jogadores o mais longe possível. O primeiro passo é formar homens e mulheres, mas tento levá-los à seleção e o mais longe possível no campeonato nacional".
Protocolo em marcha
Serafim Vitorino também refere que o emblema gaiense é uma associação "virada para as crianças e formação" e que, como tal, "não vira as costas a ninguém", fazendo alusão ao grupo de atletas com deficiência intelectual e a pessoas que queiram jogar apenas por lazer.
Por último, fica a ideia do quão difícil, por vezes, se torna uma modalidade como o ténis de mesa (tantas vezes confundido com ping-pong) ser encarada com outros olhos. Obstáculo esse que torna também a angariação de jovens atletas mais complicada. "É difícil entrar nas escolas, as pessoas ainda não sabem bem o que é o ténis de mesa apesar de já cá andar aos anos, mas está em cima da mesa o início de um protocolo com escolas da zona para facilitar todo esse processo e mudar mentalidades", revela, entusiasmado.