Líderes com dez pontos de vantagem, a nove rondas do fim, nunca deixaram escapar o título.
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A jornada 25 permitiu ao Benfica aumentar de oito para dez pontos a vantagem na frente do campeonato para o F. C. Porto, que se mantém na segunda posição. Uma margem que, nas nove rondas finais, nunca foi ultrapassada desde que cada vitória passou a valer três pontos (1995/96).
Se as águias estão perante uma vantagem inédita, a tradição dá "garantias" à equipa de Roger Schmidt de que vai conquistar o título que foge ao clube desde 2018/19, então com Bruno Lage.
Uma liderança de dez ou mais pontos, com nove rondas por disputar, já valeu cinco títulos ao F. C. Porto noutras tantas situações. Tal sucedeu em 1995/96 (14 pontos), 1996/97 (10), 1997/98 (10), 2002/03 (13) e 2007/08 (12).
Nos 27 campeonatos já concluídos com cada triunfo a valer três pontos, por 25 vezes (93%) a equipa que liderava a nove jornadas do final foi campeã, independentemente da vantagem pontual. As exceções aconteceram nas épocas 1999/2000, em que o F. C. Porto foi ultrapassado pelo Sporting na reta final da competição, e em 2012/13, com os dragões a passarem para a frente, batendo o favoritismo do Benfica. Mas, nestes dois campeonatos, a vantagem do líder, com 27 pontos por disputar, era apenas de dois pontos. No primeiro caso, foi crucial para o Sporting de Augusto Inácio bater em casa o F. C. Porto (2-0), de Fernando Santos. Uma receita que os portistas, de Vítor Pereira, aplicaram às águias de Jorge Jesus 13 anos depois, com vitória no Dragão (2-1), na penúltima ronda, com o célebre golo de Kelvin nos descontos.
Desta feita, a inédita vantagem do Benfica dá até para perder em média um ponto por jornada. Ou então ceder três derrotas, seja com quem for. Mas, matematicamente, ainda não pode celebrar.
Vantagem de pontos para o segundo a nove jornadas do fim da Liga
1995/96 14 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
1996/97 10 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
1997/98 10 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
1998/99 1 ponto
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
1999/00 2 pontos
L: F. C. Porto C: Sporting
2000/01 6 pontos
L: Boavista C: Boavista
2001/02 1 ponto
L: Sporting C: Sporting
2002/03 13 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2003/04 7 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2004/05 3 pontos
L: Benfica C: Benfica
2005/06 2 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2006/07 4 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2007/08 12 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2008/09 2 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2009/10 1 ponto
L: Benfica C: Benfica
2010/11 8 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2011/12 3 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2012/13 2 pontos
L: Benfica C: F. C. Porto
2013/14 5 pontos
L: Benfica C: Benfica
2014/15 4 pontos
L: Benfica C: Benfica
2015/16 2 pontos
L: Benfica C: Benfica
2016/17 1 ponto
L: Benfica C: Benfica
2017/18 5 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2018/19 0 pontos
L: Benfica C: Benfica
2019/20 0 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2020/21 8 pontos
L: Sporting C: Sporting
2021/22 6 pontos
L: F. C. Porto C: F. C. Porto
2022/23 10 pontos
L: Benfica C: ?
(L: Líder) (C: Campeão)
À MARGEM
Terceiro melhor no top 10 europeu
A vantagem do Benfica é a terceira maior nas dez principais ligas europeias. À frente do registo das águias em Portugal, estão apenas o Nápoles (Itália), que lidera com 19 pontos de avanço, e o Barcelona (Espanha), que soma mais 12 que o segundo.
Nove jornadas sem mais pausas
Interrompida esta semana, devido a compromissos das seleções, a Liga portuguesa será retomada no final deste mês e não voltará a parar, estando a última ronda agendada para 28 de maio. Em atraso ficou, da 25.ª jornada, o Gil Vicente-Sporting, marcado para 5 de abril.
A FIGURA - Felippe Cardoso: Avançado Casa Pia
Brasileiro oriundo do Japão mostra dotes de matador
Ao terceiro jogo, o reforço de inverno do Casa Pia bisou e foi o protagonista no êxito (2-0) sobre o Marítimo. Na estreia a titular, o atacante brasileiro, oriundo do futebol japonês, mostrou dotes de goleador. Promete!
O CASO - 90+3"
BRAGA 0 - 0 F. C. PORTO
Gómez viu amarelo por travar Galeno. Podia ter sido vermelho?
A falta de Victor Gómez sobre Galeno é indiscutível. Para se justificar a exibição de cartão vermelho, deve-se analisar a distância em relação à baliza, a direção, a posição dos restantes jogadores e o controlo da bola. É precisamente o controlo da bola, que Galeno não tinha, que faz com que o cartão correto a ser exibido seja o amarelo, por corte de ataque prometedor, pois não existe clara oportunidade de golo. Boa decisão de João Pinheiro.
Paulo Pereira
Ex-árbitro de futebol