Equipa de Vítor Bruno bate axadrezados, garante primeira volta só com vitórias em casa e lidera, à condição, o campeonato à espera do desfecho do dérbi de Lisboa.
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O F. C. Porto despediu-se de 2024 com aquela que foi, muito provavelmente, a melhor exibição da era Vítor Bruno. Os dragões desmontaram, com paciência e qualidade, o xadrez boavisteiro e saltaram, à condição, para o topo do campeonato, estatuto com que até podem fechar o ano caso se registe um empate, esta noite, entre Sporting e Benfica. Samu marcou mais dois golos e Rodrigo Mora provou que já é um caso muito sério no futebol português.
No dia em que Pinto da Costa celebrou o 87.º aniversário, o Dragão prestou uma vénia ao presidente honorário e se ainda não viu o futebol champanhe do qual Vítor Bruno tantas vezes fala, a verdade é que já teve direito a um espumante de uma qualidade muito razoável. O Boavista chegou ao dérbi da Invicta a precisar de pontos na fuga à despromoção e a equipa de Cristiano Bacci resistiu à tentação de colocar um autocarro à frente da baliza de César. Bem estendidas no terreno, as panteras tentaram jogar um futebol positivo, mas a resistência só durou meia hora. A visão de Nico González lançou a corrida de Martim Fernandes e o lateral cruzou, de primeira, para a conclusão de Samu.
Sem conseguir furar o meio-campo portista, o Boavista rematou pela primeira vez aos 53 minutos e, pouco depois, recebeu o golpe fatal. O cruzamento de Rodrigo Mora foi perfeito e Nico estava no local certo para atirar para o 2-0. O grande momento do jogo, esse, estava guardado para os 59 minutos. Mora pegou na bola ainda no meio-campo defensivo, ultrapassou dois adversários e, de pé esquerdo, assinou um golo absolutamente fantástico. Com apenas 17 anos, o médio cumpriu o segundo jogo a titular no campeonato e, tal como fizera em Moreira de Cónegos, marcou, deu a marcar e deixou muita água na boca aos adeptos azuis e brancos.
O F. C. Porto não levantou o pé do acelerador, Samu e Iván Jaime desperdiçaram boas oportunidades, mas o ponta de lança espanhol haveria mesmo de festejar pela segunda vez, concluindo de pé esquerdo uma assistência de Nehuén Pérez. Corria o minuto 87, o Dragão prestava nova homenagem a Pinto da Costa e a festa foi feita a dobrar, com o F. C. Porto a saltar para o topo da Liga.
Sinal mais
Rodrigo Mora e Samu, pois claro, mas também muito Nico González e Eustaquio no festim portista. O guarda-redes César evitou uma goleada maior.
Sinal menos
Pepê e André Franco foram os mais discretos. Serba Pérez e Vukotic bem lutaram no meio-campo axadrezado, mas foram engolidos.
Árbitro
João Gonçalves fez uma boa exibição a nível técnico, mas falhou disciplinarmente: poupou vários amarelos e mostrou outros sem sentido.