F. C. Porto entra, na noite desta terça-feira, na Champions 2023/24. Conceição fala da “crise” dos sete anos e não se fia na debilidade de um rival que já não tem as mesmas armas de um passado não muito distante.
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Shakhtar Donetsk e F. C. Porto dão, na noite desta terça-feira (20 horas, Eleven), o pontapé de saída no Grupo H da Champions, que marca o arranque da sétima aventura europeia de Sérgio Conceição ao comando dos azuis e brancos. O técnico até utilizou a analogia com as crises nos casamentos para deixar claro que este é um dragão de votos renovados e pronto para defrontar uma equipa ucraniana que, mesmo orfã dos grandes craques de um passado não muito distante, vai lutar para “honrar a luta que se trava” no país.
A guerra no Donbass afastou o Shakhtar de Donetsk em 2014 e, agora, obriga mesmo o clube a jogar as provas da UEFA na Alemanha, isto no meio de um êxodo de jogadores estrangeiros. Conceição reconhece as limitações do rival, mas não acredita em debilidades.
“Estávamos habituados a ver o Shakhtar dos bons anos... Mas, às vezes, é nas dificuldades que as pessoas se superam e este é um momento difícil para o povo ucraniano. Essa parte emocional pode ser importante: vão tentar honrar a luta que se trava no seu país e, por isso, vai ser uma equipa super-motivada”, garantiu o treinador portista não escondendo, porém, que os três pontos em disputa podem ser “muito importantes” na luta pelo apuramento para os oitavos.
Em relação ao tempo que leva à frente do F. C. Porto, Conceição deixou uma reflexão sobre a estabilidade: “Nestes seis anos, estreámos 40 jogadores na Champions. Em 2004 e 2011 [vitórias do clube na Liga dos Campeões e Liga Europa] a espinha dorsal já existia e aqui não há qualquer crítica ao mercado. Este sétimo ano é como nos casamentos, nos quais se diz que há crise. Mas quando há paixão, um amor grande, o sétimo ano é superado e é para a vida inteira”, brincou Sérgio Conceição, dando o exemplo de Pepe ao falar do “sentimento” da Champions.
“O hino é o mesmo mas toca-nos de forma diferente. Depois do jogo da Amadora, chegámos ao Dragão às 2.15 da manhã, tínhamos treino de manhã seguinte e um jogador de 40 anos foi o único a ir dormir ao Olival, com a família em casa. Já ganhou tudo e mais alguma coisa, mas foi o único que foi para lá. Porquê? Sente o clube e ama o futebol”, realçou.