O belga Remco Evenepoel (QuickStep-Alpha Vinyl) estampou autoridade ao vencer a 18.ª etapa da Volta a Espanha, que lidera, num dia em que João Almeida (UAE Emirates) esteve ao ataque durante toda a tirada.
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Evenepoel, de 22 anos, conquistou uma segunda vitória em etapa no 12.º dia enquanto líder ao cumprir os 192 quilómetros entre Trujillo e o alto do Piornal em 4:45.17 horas, sendo dois segundos mais rápido do que o espanhol Enric Mas (Movistar), segundo, e o neerlandês Robert Gesink (Jumbo-Visma), terceiro.
Na geral, o belga ampliou para 2.07 minutos a vantagem para Enric Mas, segundo, enquanto o espanhol Juan Ayuso (UAE Emirates) é terceiro, já a 5.14. Almeida, muito ofensivo, é sexto, a 7.14.
Apesar de não ganhar tempo a alguns dos rivais, e perder para os dois primeiros da geral, Almeida cortou a meta em 10.º e mostrou espírito ofensivo e tem agora Carlos Rodríguez 'na mira', com o espanhol a 25 segundos no quinto posto.
Nelson Oliveira segue no 35.º posto da geral, após nova etapa positiva, na fuga e depois no trabalho para Mas, e Ivo Oliveira subiu ao 131.º lugar.
Com 42 elementos na fuga do dia, incluindo Nelson Oliveira (Movistar), Ivo Oliveira (UAE Emirates), três Jumbo-Visma, "órfãos" do esloveno Primoz Roglic, e o equatoriano Richard Carapaz (INEOS), entre outros nomes habituais destes esforços, a toada estava montada para um dia de ataques.
A mais de 80 quilómetros da meta, quem tentou atacar, a caminho do Alto de la Desesperá, foi João Almeida, acompanhado de Brandon McNulty.
O português acabou por se encontrar com Ivo Oliveira, que 'desceu' para apoiar o líder, e depois com Marc Soler, que fez o mesmo mas mais tarde, para ameaçar não só chegar à frente e tentar discutir a etapa, mas, sobretudo, ganhar tempo ao quinteto que tem pela frente na geral.
Com a Astana e a Movistar a puxarem no grupo dos favoritos, nunca teve muito controlo, com Almeida, ainda assim, a não desistir, embora tenha sido absorvido à entrada para a última subida.
Ultrapassado o último resistente da fuga, só Evenepoel teve pernas para 'sprintar', batendo Mas e voltando a estampar autoridade sobre o pelotão.
O belga precisou de poucas palavras para mostrar o que significou vencer hoje: "É o dia mais perfeito da minha carreira", atirou.
Para o líder da Vuelta, falta um dia em Talavera de la Reina e a alta montanha, no sábado, antes de poder cumprir a 'procissão' até Madrid, no domingo, tendo 'mão e meia' no troféu de campeão da 77.ª edição.
Amanhã, a 19.ª etapa tem início e fim em Talavera de la Reina, com 138,3 quilómetros e dupla passagem no Puerto del Piélago.