Ex-seleccionador nega mau ambiente no Mundial e diz que rejeitou convites de outras selecções

"O ambiente na África do Sul foi extraordinário. Como exemplo, quando tivemos dois dias de folga, decidimos continuar todos no hotel a conviver das mais diversas formas", afirmou Carlos Queiroz, negando que tenha tido problemas com os jogadores durante a competição.

Em entrevista à RTP, o técnico, que foi afastado do cargo de seleccionador nacional na quinta feira, desvalorizou as declarações de alguns jogadores, que mostraram agrado com a sua saída.

"São afirmações que não traduzem obrigatoriamente a conclusão que se está a chegar e que não traduzem a realidade", disse.

Queiroz lembrou que Portugal realizou "um bom Mundial", tendo sido afastado nos oitavos de final pela Espanha, que se sagrou campeã do Mundo, com um golo marcado em situação de fora de jogo.

"Se a selecção fosse o Benfica ou FC Porto, tinha-se criado um caso para os próximo dois, três meses", frisou.

Apesar de estar suspenso por seis meses, devido a ter perturbado uma ação de antidoping da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), Queiroz revelou que teve convites das selecções do Japão e da Austrália, e do clube inglês Fulham, mas que decidiu rejeitar, pois não esperava ser despedido da equipa da "quinas".

O treinador português adiantou que a FPF deu-lhe "todas as condições" quando ocupou o cargo, mas lamentou a inexistência de uma academia para a selecção.

"Se tivéssemos a nossa própria academia, nada disso se tinha passado. Não tínhamos tido problemas em arranjar campos para treinar antes do Mundial2010 e o incidente com a ADoP nunca teria sucedido", defendeu.

Carlos Queiroz admitiu que deu a sua opinião a Agostinho Oliveira, seleccionador interino, a formular a convocatória para a jornada dupla de apuramento para o Euro2012, mas negou que tenha tido alguma intervenção nos jogos e na constituição da equipa nos dois encontros.