Miguel e Lourenço vivem a rivalidade entre F. C. Porto e Benfica com paixão, mas sem ferir a amizade. Os colegas de turma deixam dicas para Bruno Lage e Martín Anselmi.
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Amigos e colegas de turmas desde tenra idade, Miguel Costa e Lourenço Bernardes vão viver o clássico de amanhã, entre F. C. Porto e Benfica, em lados opostos da barricada da paixão clubística. Mas, apesar dos palpites, previsões e até provocações saudáveis, dão uma lição aos mais graúdos, garantindo que não será o resultado do jogo a beliscar a amizade.
Os dois companheiros de turma frequentam o sexto ano de escolaridade no Colégio Novo da Maia, mas falam como verdadeiros especialistas sobre ambas as equipas. “Acho que o Benfica vai ganhar. Temos bons atacantes, e a confiança de estarmos melhores na classificação”, partilhou, ao JN, Lourenço, de 12 anos, benfiquista convicto por influência do pai e do irmão.
Miguel, de 11 anos, é sócio do F. C. Porto desde que nasceu por influência do pai e reconhece que o seu clube “não está numa excelente fase”, mas contrapõe o amigo: “Não podemos perder mais terreno para o Benfica, acho que os jogadores sabem disso e vão dar tudo para vencer”.
Tendo em conta esses pressupostos, ambos têm ideias claras sobre a estratégia para o jogo no Dragão, às 20.30 horas. Miguel acredita que o F. C. Porto deve entrar com tudo: “Precisamos mais da vitória e temos de a procurar logo desde o início.” Lourenço, por sua vez, sugere que o Benfica deve saber esperar: “Entrar com mais cautela. Estarem atentos atrás, com uma linha defensiva boa, e depois explorar o contra-ataque”, recomendou.
Para o portista Miguel, este pode ser o “ponto de viragem” da época, mas com uma visão realista do plantel do dragões. “Gosto muito do Samu no ataque, pode fazer a diferença. Mas a defesa… Bem, pode ser que melhore com o regresso do Marcano”, antecipou.
Já Lourenço fala com mais confiança do Benfica, embora não esconda as preocupações. “Temos uma boa defesa com o António Silva e o Otamendi, mas o guarda-redes Trubin sinto que anda destabilizado”, analisou.
E se realidade fosse uma caderneta de cromos, os dois amigos sabiam bem as trocas que faziam para irem buscar um reforço ao rival. “O Diogo Costa sem dúvida”, diz Lourenço, com Miguel a responder. “Provavelmente o Carreras, dava jeito na defesa”.
Apesar da rivalidade clubística, Miguel e Lourenço sublinham que o futebol nunca interferiu na amizade entre ambos e garantem que podem ver o clássico juntos, tendo como base o respeito e a compreensão. “Não, nunca irá mudar o facto do Lourenço ser meu amigo. Isso é muito mais importante que o futebol”, disse o jovem portista com o benfiquista a retribuir a mensagem: “É só um jogo, não é suposto ficar aborrecido ou gozar com um meu amigo por causa do resultado de futebol”, concluiu.