O F. C. Porto continua imparável. Venceu o Olhanense (2-0), aumentou para sete pontos a vantagem sobre o segundo lugar e somou o 20.º triunfo consecutivo em jogos oficiais, o décimo da época. Otamendi foi um dos heróis, ao marcar no jogo de estreia.
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Maurício estava a ser um dos melhores do Olhanense, mas manchou a exibição no segundo golo do F. C. Porto. O central brasileiro fez um mau passe, permitindo a intercepção de Hulk e uma cavalgada do brasileiro para mais um festejo. A equipa algarvia foi pouco ousada e ontem averbou a primeira derrota na Liga.
Fernando está em grande forma. O médio rouba bolas, participa em acções ofensivas, passando a ser uma peça mais influente na equipa. Falhou um golo incrível e saiu lesionado. Hulk também esteve em bom plano, Otamendi marcou na estreia e Fucile, no primeiro jogo a titular na Liga, assinou uma exibição segura.
Qualquer semelhança entre este F. C. Porto e a equipa da época passada é mera coincidência. Os dragões jogam um futebol atractivo, ao primeiro toque, em tabelas curtas e capaz de adormecer o adversário. É assim que abrem espaços e criam oportunidades e é assim que fazem vibrar os espectadores. E depois têm Hulk, um craque em grande forma, o terror dos defesas, o grande desequilibrador que o seleccionador brasileiro Mano Menezes ignorou na última convocatória. Ontem, marcou mais um grande golo (o quinto na Liga), deu outro a marcar e desenhou jogadas de sonho.
O Dragão assistiu a mais uma noite de gala. Peça a peça, os portistas desmontaram o autocarro do Olhanense à custa de uma mecanização que parece bilhar. Mas não é. É mesmo futebol. A equipa menos batida do campeonato, que tinha empatado em Alvalade e estava no terceiro lugar, apresentou-se com onze jogadores atrás da linha da bola e pouco veneno nas botas. Mas nunca conseguiu contrariar a inspiração dos portistas, muito menos obrigar Helton a defesas de risco. Se houve um guarda-redes com trabalho-extra foi Moretto, muito assobiado pelos adeptos.
Só no segundo tempo os algarvios arriscaram um bocadinho, mesmo assim longe de chegar aos calcanhares da exibição da época passada, quando empataram no Dragão (2-2).
O F. C. Porto também foi cínico. Aproveitou a derrota do Vitória de Guimarães em Coimbra e aumentou a vantagem de quatro para sete pontos em relação aos segundos classificados, Académica, Braga e Guimarães. A passadeira estendeu-se pelos pés de Otamendi, central que marcou na estreia. Um golo fácil, na recarga a uma defesa incompleta do guarda-redes do Olhanense (o disparo de Hulk é fortíssimo). O argentino falhou alguns passes, mas parece ser rápido e merece nota positiva. A exibição portista caiu na segunda parte, mas o objectivo estava conseguido. Os dragões chegam à nota 20, o valor máximo de quem joga muito bem e chega às duas dezenas de vitórias consecutivas. É obra!