O equipamento será financiado apenas pela Federação de Desportos de Inverno com apoios internacionais.
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A Federação de Desportos de Inverno (FDI) anunciou no fim de semana a intenção de construir um pavilhão do gelo em Portugal. O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, elogiou a iniciativa, mas, ao contrário do que foi avançado na altura, o Governo não vai financiar o equipamento. "O Estado atribui financiamento público às federações desportivas para as suas atividades regulares ou eventos desportivos internacionais. A construção deste pavilhão é unicamente da responsabilidade da FDI", garante o governante ao JN.
O presidente da FDI, Pedro Farromba, não soube dizer ao JN quantos atletas tem federados, nem as regiões onde estão inseridos, mas considera que um equipamento deste género se justifica. "As modalidades de gelo estão a começar em Portugal. Os federados no nosso país ainda treinam em rodas nos pavilhões e vão jogar a outros países", explica. Os desportistas de patinagem artística, "um núcleo mais reduzido", só conseguem treinar no Palácio do Gelo, em Viseu. Mas há outros motivos. "Do ponto de vista turístico, também poderá ser uma mais-valia para o país, basta vermos a quantidade de pistas que são montadas no inverno e a lotação que têm", reforça.
Pedro Farromba lembra que a ideia de construir o pavilhão de gelo "já tem alguns anos" e resulta de "centenas de pedidos" dos praticantes, como patinagem artística e de velocidade, hóquei no gelo e curling. "Temos sido muito solicitados pelos desportistas e conseguimos congregar, junto de federações internacionais, apoios financeiros nesse sentido. A Federação Internacional de Hóquei gostava de realizar torneios em Portugal", revela.
Lisboa ou não
O dirigente não avança o valor do investimento porque este dependerá da localização da infraestrutura. "Existe uma forte possibilidade de ser em Lisboa, há contactos com a Câmara, mas há outras cidades que mostraram vontade em acolher o projeto", garante, sem revelar quais. O novo pavilhão funcionará o ano todo e terá capacidade para um milhar de assistentes, avança.
O secretário de Estado da Juventude diz que foi informado pela federação, há vários meses, da intenção da construção da infraestrutura. Teve apenas um papel de intermediário entre a FID e a Câmara de Lisboa. "Perguntaram-me se podia transmitir ao município de Lisboa a ideia de construírem o pavilhão e eu fi-lo, só isso", assegura.
O JN solicitou, mas não obteve respostas da Câmara.